Bolsonaro diz que 'tem que todo mundo comprar fuzil, pô'
Atualizado: 28 de ago. de 2021
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Em conversa com uma plateia de apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar em armar a população e a dizer que a alta da inflação não depende dele, e culpou os governadores pelo gás de cozinha a R$ 100 e a gasolina a R$ 7. Bolsonaro também chamou de "idiota" quem quer comprar feijão.
"Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota que diz 'ah, tem que comprar feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar", disse Bolsonaro, em meio a uma crise instalada a partir de suas ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fala ocorreu após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) marcar para o próxima terça-feira (31) o julgamento do recurso do Ministério Público do Rio que questiona o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o filho 01 do presidente, na investigação das “rachadinhas”.
Bolsonaro também disse que a alta da inflação não depende dele e voltou a responsabilizar os governadores de Estado pelos preços do gás e da gasolina, reajustados sucessivamente pela Petrobras durante o seu governo. Apesar de classificar de "abusivos", Bolsonaro afirmou que a gasolina e o gás de cozinha estão "baratos" e disse que a população precisa entender como é a formação do preço desses combustíveis antes de criticar o seu governo.
"Quintuplicar" armamento
Bolsonaro ironizou matérias da imprensa apontando que o número de aquisição de armamentos tem dobrado ano após ano e rebateu dizendo esperar que "quintuplique".
"A imprensa de novo fazendo matéria essa semana que tem dobrado ano a ano o número de armas no Brasil. Eu quero que quintuplique. Quanto mais armado estiver o povo, melhor é para todo mundo. Porque enquanto a bandidagem estava armada com fuzil automático lá no Rio de Janeiro, a imprensa não falava nada, estava legal, estava bacana. Agora quando o cidadão de bem está comprando arma, o pessoal critica", disse.
De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2021 sobre armas de fogo para 2020, o Brasil vive verdadeira corrida armamentista. "Os números trazidos neste Anuário chamam atenção tanto pelo aumento expressivo do número de armas que entraram em circulação nas mãos de particulares e a velocidade que isso vem acontecendo, como pela flagrante deterioração dos mecanismos de controle de armas ilegais. Em outras palavras, enquanto alguns segmentos da população brasileira se armam de modo acelerado, o Estado vem diminuindo sua capacidade de mitigar os efeitos nocivos destas mesmas armas gerando toda sorte de violências", apontou o estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.