Bolsonaro dobra gastos secretos com cartões da presidência

Tema que já gerou muitos memes e fakenews bolsonaristas nas redes sociais contra os governos dos presidentes Lula e Dilma, os gastos com cartão corporativo da Presidência da República põem em xeque agora o próprio presidente Jair Bolsonaro. Segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo, neste domingo (10), os gastos sigilosos vinculados a Bolsonaro e sua família já totalizaram R$ 3,76 milhões apenas neste ano, o dobro em relação à média dos últimos cinco anos.
Segundo o Estadão, o detalhamento da fatura no período, já em R$ 3,76 milhões, lançada mensalmente no Portal da Transparência do governo, “é trancada a sete chaves pelo Palácio do Planalto”.
"O fato é que, neste início de ano, essas despesas deram um salto e fugiram do padrão do que gastaram os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer no mesmo período. Foge do padrão, inclusive, do que gastou o próprio Bolsonaro no seu primeiro ano de mandato, quando apresentou uma despesa de R$ 1,98 milhão de janeiro a abril”, diz a reportagem.
A matéria diz também que não foi só a fatura dos cartões ligados diretamente a Bolsonaro que explodiu neste início do ano. “O total de despesas sigilosas da Presidência, que inclui também gastos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aumentaram na mesma proporção. Foram R$ 7,55 milhões em despesas sigilosas da Presidência da República de janeiro a abril, 122% a mais do gasto no mesmo período do último ano do governo Temer. Em cinco anos, o mais próximo disso foram os R$ 4,69 milhões (em valores corrigidos pela inflação) despendidos em 2015, na gestão de Dilma", aponta o Estadão.
O jornal já havia revelado em outra reportagem, em dezembro, que o governo passou a ignorar uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e se recusa a explicar como tem usado o dinheiro público via cartões corporativos. A justificativa da presidência aos pedidos feitos via Lei de Acesso à Informação é que a abertura dos dados e notas fiscais poderiam colocar em risco a segurança do presidente.