Bolsonaro já é monitorado por risco de fuga do país
Integrantes do governo e da Justiça já monitoram um eventual risco de fuga por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do Brasil. A informação é da coluna de Jamil Chade no UOL.
Ao colunista, membros da alta cúpula do Executivo indicaram que a fala recente de Bolsonaro de que "correria risco" no Brasil acendeu um sinal de alerta. No Supremo Tribunal Federal, a percepção vai na mesma direção.
A fala de Bolsonaro se refere às investigações da Polícia Federal e do STF que envolvem o seu nome. Em uma delas, o ex-mandatário é suspeito de participação em um esquema de venda ilegal de presentes recebidos por ele em viagens oficiais de Estado. O dinheiro obtido com a venda, diz a PF, seria destinado a ele.
Segundo a mídia, a Corte recebeu um requerimento solicitando uma medida cautelar para que o passaporte do ex-presidente seja retido. A iniciativa foi da deputada Erika Hilton e do deputado Pastor Henrique Vieira, ambos membros da CPMI, que investiga os atos golpistas contra o governo legitimamente constituído após as eleições do ano passado.
Sem estar indiciado ou nem sequer convocado para prestar depoimento sobre o caso, o ex-presidente pode sair a qualquer momento do país e não existe, neste caso, qualquer possibilidade de que ele possa ser barrado antes de embarcar.
Mesmo assim, a situação é acompanhada "de perto". Um dos temores, neste caso dentro do Itamaraty, é de que uma fuga obrigaria o Brasil a pedir sua extradição, caso ele fosse denunciado.
O clima é de tensão para família Bolsonaro, visto que, até o momento, de todos os inquéritos que o ex-presidente responde, a venda das joias é o que mais o conduz a problemáticas criminais sérias.
Seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, postou no X (antigo Twitter) pedindo que aliados do ex-mandatário "parem com esse negócio de prisão".
Para o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, o rumo das investigações da CPI do 8 de Janeiro – outra investigação que Bolsonaro está envolvido e que ganhou forte capítulo com o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto na quinta-feira (17) – já dá espaço para a prisão preventiva do ex-presidente.
"A gravidade das acusações de Delgatti denota evidente risco à ordem pública e possibilidade, até, de risco à instrução criminal. Cabe prisão preventiva para investigar. A prisão preventiva de Bolsonaro é uma perspectiva real", disse o ex-ministro ao Estadão.
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