Bolsonaro mente e diz que Eduardo deixou Brasil para combater ‘nazifascismo’
- Da Redação
- 18 de mar.
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Ao participar da inaugurção de uma exposição sobre o Holocausto no Senado Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (18) que tem orgulho do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do cargo para ficar nos Estados Unidos. Ele está há 20 dias em território norte-americano, onde faz campanha contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e faz lobby pela intervenção do governo de Donald Trump no Brasil.
“[Eduardo] se afasta para combater algo parecido com o nazifascismo, que cada vez mais avança em nosso país”, declarou o ex-presidente em evento no Senado.
Apesar da afirmação do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro frequentemente se encontra nos Estados Unidos com Steve Bannon, um dos ideólogos da extrema direita e do presidente Donald Trump, que em recente conferência de políticos “conservadores” de todo o mundo fez publicamente uma saudação nazista.

Tanto Eduardo quanto Jair também são interlocutores de Elon Musk, o homem forte do governo norte-americano, que também usou um evento público para fazer a saudação nazista.
Além disso, o ex-presidente recebeu em 2021 em seu gabinete Beatrix von Storch, neta de um ex-ministro de Adolf Hitler, que é a estrela do partido alemão AfD, que tem neonazistas entre seus integrantes.

O irmão de Eduardo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), disse que o deputado deixa o país para não ser mais uma vítima do “alexandrismo”, se referindo ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que relata o inquérito da tentativa de golpe, que tem a família Bolsonaro como um dos alvos.
“A gente não está preocupado com as acusações, que ele sabe que ele não cometeu nada de errado. A gente está preocupado com quem vai julgá-lo e está evidente para todo mundo a cada dia que é um julgamento violento. E para fazer covardia e vingança, não é para fazer justiça”, disse o senador.
“Ele sabe que aqui não tem mais democracia, então ele continua lutando pela nossa lá de fora”, completou.

Eduardo Bolsonaro era um dos deputados cotados para assumir a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, posto que agora deve ser ocupado por outro nome bolsonarista do partido.
“O partido tem bons quadros que podem substituí-lo. Agora o Eduardo Bolsonaro lá nos Estados Unidos fazendo o que ele está fazendo ali sim, ele era insubstituível por causa do relacionamento que ele construiu por vários anos, inclusive em proximidade com o atual presidente Donald Trump e sua família”, disse Flávio.
(Ainda nesta terça-feira, Alexandre de Moraes negou pedido de apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro. A decisão do ministro foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitir parecer contrário à medida. Moraes avaliou uma notícia-crime protocolada pelo PT e pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). Na ação, encaminhada no mês passado ao Supremo, a legenda e o parlamentar alegaram que Eduardo Bolsonaro tem feito viagens aos Estados Unidos para articular com deputados daquele país ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre a trama golpista. De acordo com o pedido, o filho de Bolsonaro comete crime de lesa-pátria por constranger o ministro e o Poder Judiciário brasileiro.)
Do ICL Notícias
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