Bolsonaro nomeou mulher de Barros após denúncia

Dois dias antes de se reunir com o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e admitir ("isso é coisa do Ricardo Barros") que sabia que seu líder na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-AL), era quem estaria por trás do possível esquema de corrupção no Ministério da Saúde na compra da vacina indiana Covaxin, o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma audiência a Barros no Palácio do Planalto. Quarenta e oito dias depois, mesmo estando informado pelo deputado Luís Miranda e pelo irmão dele sobre irregularidades no contrato de 20 milhões de doses do imunizante, por R$ 1,6 bilhão, Bolsonaro nomeou Maria Aparecida, mulher de seu líder, para uma cadeira no conselho de administração da binacional Itaipu, para receber R$ 27 mil "para comparecer a reuniões que acontecem de dois em dois meses", segundo revelou o Globo, neste sábado (26).
Uma postagem do líder do governo, do dia 18 de março, mostra que ele e Bolsonaro tiveram uma "boa conversa" no gabinete presidencial.
Neste sábado, a CPI da Covid anunciou que avalia acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra Jair Bolsonaro por crime de prevaricação, pois ele foi informado sobre suposto esquema de corrupção no governo e não tomou nenhuma providência.
Depoimentos à CPI e mensagens divulgadas pelo deputado Luis Miranda, até então governista, e o seu irmão, Luiz Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, apontam que Bolsonaro teve conhecimento sobre as irregularidades que ocorriam na Saúde para adquirir a vacina indiana.
Na quinta-feira (24), Bolsonaro confirmou durante uma live que se reuniu com os irmãos Miranda no dia 20 de março.