Bolsonaro pede visto de turista para permanecer nos EUA

Com o visto diplomático vencendo nesta segunda-feira (30), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu um visto de turista para permanecer nos Estados Unidos. Se não fizesse a mudança, ele poderia ser expulso do território americano. A informação foi publicada pelo jornal britânico Financial Times e confirmada pela Folha de São Paulo.
Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro, um dia antes de deixar a Presidência, e, rompendo uma tradição democrática ao não passar a faixa para seu sucessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde então, ele está hospedado na casa de veraneio do ex-lutador de MMA José Aldo, em um condomínio de luxo, a poucos minutos dos parques da Disney, em Orlando. O visto diplomático, que ele tinha direito como autoridade, caducou nesta segunda-feira ao completar 30 dias de validade.
A mudança para o visto de turista, que dá direito a ficar no país por até seis meses após a entrada, ainda precisa ser aprovada pelo Departamento de Estado.
O Financial Times também informa que "Bolsonaro está enfrentando várias investigações no Brasil - tanto por supostas irregularidades durante seu mandato presidencial de quatro ano quanto para determinar se ele possui alguma responsabilidade sobre o ataque golpista em Brasília no início deste mês lançada por apoiadores que rejeitaram a sua derrota eleitoral".
Politicamente, a situação de Bolsonaro em solo americano não é nada confortável. Depois dos ataques golpistas perpetrados por seus apoiadores contra as sedes dos Três Poderes em Brasília, 41 deputados democratas da Câmara dos Estados Unidos pediram ao presidente Joe Biden a deportação do ex-presidente brasileiro do país. Os parlamentares enviaram uma carta pedindo ao governo que apoie a democracia e o Estado de Direito no Brasil. "Além disso, não devemos permitir que o sr. Bolsonaro ou qualquer outra ex-autoridade brasileira se refugie nos Estados Unidos para escapar da Justiça por quaisquer crimes que possam ter cometido durante o mandato", disse a carta.