Bolsonaro promete a Biden zerar desmatamento até 2030
![](https://static.wixstatic.com/media/016591_aa2f36713d8a41028e3e07cac8951060~mv2.png/v1/fill/w_49,h_27,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/016591_aa2f36713d8a41028e3e07cac8951060~mv2.png)
O presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometendo zerar o desmatamento ilegal no Brasil até o ano de 2030 - algo semelhante ao que o país se comprometeu no Acordo de Paris sobre o clima, em 2015, mas vinha sendo ignorado na gestão Bolsonaro.
No documento, Bolsonaro pede a ajuda financeira dos EUA no combate ao desmatamento no Brasil e diz que apoia os esforços de Biden.
"Queremos reafirmar nesse ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por vossa excelência, o nosso compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030", escreveu Bolsonaro, cujo governo promoveu cortes do orçamento para agências ambientais e enfraqueceu o trabalho de acompanhamento, não só das ONGs como das agências que atuam no setor.
O presidente brasileiro ainda disse que, para zerar o desmatamento ilegal nos próximos nove anos, serão necessários "recursos vultosos e políticas públicas abrangentes".
"Alcançar essa meta, entretanto, exigirá recursos vultosos e políticas públicas abrangentes, cuja magnitude obriga-nos a querer contar com todo apoio possível, tanto da comunidade internacional, quanto de Governos, do setor privado, da sociedade civil e de todos os que comungam desse nobre objetivo. Neste âmbito, naturalmente que o apoio do Governo dos Estados Unidos, do setor privado e da sociedade civil americana serão muito bem-vindos", destacou.
A política ambiental foi um dos eixos da campanha eleitoral de Joe Biden, com uma agenda completamente diferente da de Donald Trump, o qual Bolsonaro se manteve alinhado até não poder mais. Não é novidade para os americanos que os cortes do orçamento, feitos pelo governo brasileiro, tiveram o condão de enfraquecer a fiscalização na Amazônia.
"Nas grandes conferências das Nações Unidas sobre estes temas, o Brasil foi um dos promotores do conceito do desenvolvimento sustentável. Assim, asseguro meu engajamento na busca de compromissos e resultados ambiciosos na Cúpula de 22 de abril", completou o presidente brasileiro.
A declaração de Bolsonaro ocorre na mesma semana em que o embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, disse que a Cúpula de Líderes sobre o Clima é a última chance do Brasil mostrar que se preocupa com o desmatamento na Amazônia.
Todd Chapman disse que há uma percepção que o desmatamento ilegal na Amazônia cresceu e que não é decorrente de "um problema de comunicação", como justificam integrantes do governo federal brasileiro.
O embaixador foi firme e comentou que o meio ambiente vai nortear as relações entre o Brasil e os EUA, e que acordos comerciais entre os dois países e a entrada do Brasil na OCDE, por exemplo, vão depender da resposta que o governo Bolsonaro vai apresentar na cúpula marcada para os dias 22 e 23 de abril.