Bolsonaro quer Feder na Educação
Renato Feder, 42 anos, atual secretário de Educação do Paraná, é o escolhido do presidente Jair Bolsonaro para ser o novo ministro da Educação. Feder havia se reunido com Bolsonaro antes da escolha de Carlos Alberto Decotelli, que pediu demissão depois de denúncias sobre seu currículo. Mas, à época, fez a opção pela idade de Dacotelli, 70 anos.
Inicialmente, haveria restrições ao nome de Feder, por sua relação com o governador de São Paulo, João Doria Jr, do PSDB. Feder doou, em 2016, R$ 120 mil - a sétima maior doação - à campanha de Doria para prefeito.
Não apenas isso. A empresa de Feder, a Multilaser, já foi alvo de um inquérito determinado pela Procuradoria da República, em Pouso Alegre (MG), em 2014, por crime de descaminho sobre mercadorias importadas pela empresa com notas fiscais inidôneas. O inquérito acabou arquivado pela Receita Federal.
O que promete polêmica mesmo são as ideias ultraliberais do novo ministro. Feder defende a privatização total do ensino no Brasil, desde o fundamental ao universitário. Em suas elucubrações sobre meritocracia, Feder defende a criação de vaucher, espécie de um empréstimo aos alunos. Pela tese de Feder, como uma miragem, o ensino melhoraria e colocaria todos os alunos no mesmo nível de aprendizagem, com filhos de pobres com as mesmas possibilidades de frequentar as mesmas escolas de ricos. Os vauchers seriam financiados pelo governo, e o governo seria um mero "supervisor" do sistema de ensino nas mãos dos empresários.
Abraham Weintraub também era um ultraliberal, da escola ideológica inventada por Olavo de Carvalho, guru do presidente Bolsonaro, embora defendesse o militarismo nas escolas; acabou pedindo demissão e fugiu para os EUA, segundo ele próprio, para não ir "pra prisão". Seu substituto, Dacotelli, por conta das mentiras no currículo, durou apenas quatro dias no cargo, embora sequer tenha tomado posse.
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