Bolsonaro subestimou a Covid, e agora o Brasil paga a conta
O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Francesco Rocca, declarou que o presidente Jair Bolsonaro subestimou a pandemia do novo coronavírus, e agora a população paga o preço, com mais de 1,4 milhão de casos e quase 60 mil óbitos até o momento.
"[Bolsonaro] subestimou as consequências da COVID, e seu país está vivendo as consequências", disse o italiano em um briefing virtual organizado pela associação de correspondentes da ONU em Genebra, na Suíça.
De acordo com o chefe da Cruz Vermelha, o Brasil não foi o único país a debater se os interesses econômicos superam a saúde e a vida das pessoas, mas a retórica em Brasília "tem sido mais divergente".
"E agora os resultados estão diante dos olhos do mundo inteiro", acrescentou Rocca.
Bolsonaro quebrou regularmente as medidas de distanciamento social em vigor no país, dando apertos de mão e abraços em atos a seu favor, realizando caminhadas para encontrar populares e comer cachorros-quentes, e frequentando clubes de tiro.
O presidente, que famosamente comparou o vírus a uma "gripezinha", criticou as medidas adotadas pelas autoridades estaduais e municipais para combater a COVID-19, argumentando que o fechamento de negócios e as medidas para ficar em casa estão destruindo desnecessariamente a economia.
"Se a comunidade científica está dizendo que é importante evitar apertar as mãos e usar máscaras, acho que os líderes devem seguir e ouvir", apontou Rocca, destacando que os líderes "não apenas no Brasil e nos EUA [...] foram irresponsáveis", ressaltando que "até o vírus foi politizado, e isso é ridículo".
"Os políticos devem aprender a falar com uma só voz. Os políticos devem começar a aprender a seguir os conselhos vindos da comunidade científica", sentenciou o chefe da Cruz Vermelha.
Com mais de 511 mil mortes e mais de 10,5 milhões de infecções conhecidas em todo o mundo, a pandemia do novo coronavírus "está longe de acabar" e "o pior está por vir", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os EUA são o país mais atingido, respondendo por um quarto dos casos e mortes globais, seguidos pelo Brasil, que conta quase 60 mil mortes em mais de 1,4 milhão de casos. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a situação nas Américas pode se agravar até outubro nas Américas, chegando a 400 mil, caso a aceleração do vírus prossiga na atual velocidade.
Fonte: Agência Sputnik
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