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Braços cruzados também matam


(Foto: Agência Sputnik)

Por Ricardo Gouveia, jornalista

Como se não bastasse a dor lancinante de perder uma pessoa querida levada pela peste, milhares de familiares e amigos que não tiveram sequer o direito sagrado à despedida final, ritualizada em velório e enterro, ainda têm o sofrimento aprofundado, cruelmente, pela indiferença dispensada pelo presidente da República ao extermínio. Nem mesmo no momento em que a sociedade brasileira é abatida pela triste marca de mais de cem mil mortos, ele foi capaz de um gesto de solidariedade a milhares de enlutados, de uma palavra de consolo, como fazem os verdadeiros estadistas nas tragédias que assolam as sociedades.

Além de não reconhecer a gravidade da doença, estimular o rompimento do isolamento social, promover aglomerações, se recusar a conduzir a coordenação nacional do combate à doença, reter dois terços das verbas reservadas à saúde, não socorrer financeiramente estados, municípios e as micro e pequenas empresas que empregam mais de 70% dos trabalhadores do País, o presidente m