Brasil é 4º do mundo em assassinatos de ambientalistas
O relatório “A última linha de defesa”, divulgado nesta segunda-feira (13) pela ONG Global Witness, apresenta o Brasil em quarto lugar entre os países mais perigosos do mundo para ambientalistas. Em 2020, de acordo com o documento, 227 ativistas foram assassinados em todo o mundo. O Brasil registra 20 mortes, atrás apenas da Colômbia (65), México (30) e Filipinas (29).
"Em alguns países, a situação dos defensores é difícil de medir – as restrições à liberdade de imprensa, ou onde o monitoramento independente de ataques não está ocorrendo, podem levar a subnotificações", ressalta o relatório da Global Witness.
A América Latina foi a região que mais concentrou mortes violentas de ativistas ao longo de 2020, com 165 assassinatos. No Brasil, a maior parte dos crimes (75%) ocorreu na Amazônia, tendo os indígenas como as principais vítimas.
De acordo com o relatório da Global Witness, além dos assassinatos também aumentaram as ameaças de morte, violência sexual e tentativas de criminalização. Porém, esses crimes são ainda mais difíceis de serem anotados devido a subnotificações.
Em relação a 2021, um relatório parcial elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) - ligada à Igreja Católica - aponta que até o fim de agosto 11 pessoas haviam sido assassinadas no Brasil por defenderem seus territórios em áreas de conservação e os habitados por indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais. O órgão, que acompanha o panorama da violência no campo no Brasil, documentou 1.576 casos de conflitos por terra, o maior número anotado desde 1985.
"Deduzimos que isso é por causa do discurso contínuo do [presidente Jair] Bolsonaro, que praticamente convida os invasores e diz que vai garantir a terra para eles", diz Jeane Bellini, coordenadora da CPT em entrevista à DW Brasil.
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