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Brasileiros em Gaza contam a Lula dificuldade para obter mantimentos


(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou nesta quinta-feira (26) com uma família de brasileiros que está na Faixa de Gaza aguardando a abertura da fronteira com o Egito para ser repatriada. O palestino naturalizado brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, estava no grupo que conversou com Lula.


“Ele afirmou que está fazendo o máximo possível para retirar os brasileiros da Faixa de Gaza. Ele disse também que vai retirar nossos familiares da faixa de Gaza, que não são brasileiros”, disse Hasan, que vive em São Paulo e foi a Gaza com as duas filhas e a esposa para visitar a família, poucos dias antes do início do conflito.


Na conversa, os brasileiros relataram a Lula a escassez de água, energia, alimentos e medicamentos, além de bombardeios e mortes, e manifestaram seu desejo de serem repatriados assim que possível. Hasan agradeceu os recursos recebidos do governo para tentar comprar alimentos e água, mas, segundo ele, “infelizmente está muito difícil de achar”. Eles também estão sem energia e sem gás de cozinha.


Por videoconferência, Lula disse que serão feitos todos os esforços possíveis para que os brasileiros voltem e permaneçam no Brasil em segurança. Ele assegurou que manterá o avião presidencial a postos no Cairo, para ser acionado assim que a fronteira for aberta.


Diversas famílias brasileiras estão em casas alugadas pela representação do Brasil, na proximidade da fronteira com o Egito, recebendo assistência emergencial.


Os 32 brasileiros que estão presos na Faixa de Gaza esperando autorização para deixar a região do conflito receberam recursos financeiros na quarta (25) e nesta quinta-feira (26) para comprar alimentos, água e materiais de primeira necessidade. O dinheiro foi transferido pelo governo brasileiro por meio do Escritório da Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia.


Enquanto fazia compras na manhã desta quinta-feira (26), o brasileiro Hasan Rabee presenciou uma bomba caindo próxima ao mercado da cidade Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza.


“Não dá para sair de casa. Tem que parar isso, pelo amor de Deus. É arriscado pra caramba sair. Estou aqui na feira comprando coisas e a bomba cai do lado da feira. Absurdo”, lamentou.

Entidades de ajuda humanitária que trabalham na Faixa de Gaza têm alertado que a quantidade de mantimentos que entram no enclave palestino não é suficiente para atender a população.


Segundo o Escritório para Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), os cerca de 20 caminhões com ajuda humanitária que estão entrando em Gaza diariamente representam “cerca de 4% do volume médio diários de mercadorias que entravam em Gaza antes das hostilidades”.


Brasileiros em Israel

O presidente Lula também conversou com familiares de brasileiros e de israelenses que estão em Israel. A videoconferência com representantes do Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos ocorreu pela manhã.


“O presidente tem conversado com várias partes do conflito com preocupação humanitária, em defesa de um cessar fogo e libertação dos reféns”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.


O fórum reúne familiares de pessoas que desapareceram ou foram capturadas como reféns pelo Hamas, em Israel, no último dia 7 de outubro.


Em nota, o Palácio do Planalto informou que os familiares relataram as histórias da captura e da perda de contato com seus parentes. Vários deles são jovens raptados pelo grupo extremista palestino Hamas durante um festival de música eletrônica que acontecia no sul de Israel, próximo à Faixa de Gaza. “Alguns sofrem de doenças crônicas e estão sem seus remédios de uso contínuo. Na maior parte dos casos, sequer há evidência de que estejam vivos”, diz a nota.


Os representantes do fórum pediram a Lula que siga apoiando o pleito do grupo pela libertação de reféns. Por sua vez, o presidente respondeu estar pessoalmente empenhado na construção da paz, na libertação dos reféns e na abertura de um corredor humanitário.


“Depois de ouvir os familiares dos raptados, o presidente Lula condenou ataques contra civis, em quaisquer circunstâncias, e enfatizou a importância de que as pessoas diretamente atingidas pelo terrorismo e pela guerra sejam ouvidas. Lembrou que, nos dois lados do conflito, há pessoas que desejam a paz”, informou a Presidência.


“Expressando sua solidariedade, o presidente manifestou que, como pai e avô, compartilha a dor das famílias afetadas, e afirmou que o Brasil também está em luto pelo ocorrido”, acrescenta a nota.


Brasileiro desaparecido

A videoconferência ocorreu a pedido do Fórum de Famílias, por meio de carta endereçada a Lula, em nome de 200 famílias, na sequência dos atos terroristas do Hamas. Participaram da conversa os familiares de um brasileiro que se encontra desaparecido.


Na segunda-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores informou que o brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos de idade, residente em Israel, encontra-se desaparecido desde o dia 7 de outubro. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv confirmou com as autoridades locais o status de desaparecido do nacional.


No momento, Nisenbaum, que tem cidadania brasileira e israelense, é o único brasileiro considerado desaparecido. Desde o início do conflito, três brasileiros foram mortos pelos ataques do Hamas em Israel. Karla Stelzer Mendes, de 42 anos; Bruna Valeanu, de 24 anos; e Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos.


Participaram da conversa, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim; o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e a assessora especial do presidente Clara Ant.


Desde o início do conflito no Oriente Médio, Lula tem mantido diálogo com líderes mundiais na tentativa de promover uma solução para a paz na região e ajuda aos civis. A preocupação do presidente é também com os cerca de 30 brasileiros que estão na Faixa de Gaza, aguardando a abertura da fronteira do território com o Egito para deixar a área do conflito.


No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.


Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. Em Gaza, a autoridade de saúde informou que mais de 6,5 mil palestinos, incluindo 2,7 mil crianças, foram mortos.


A guerra entre Israel e o Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.


Em razão da videoconferência com as famílias, Lula adiou um café da manhã com jornalistas. O evento foi transferido para esta sexta-feira (27), também o dia em que o presidente completa 78 anos de idade.


Com a Agência Brasil

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