BRICS: Cuba e Bolívia poderão se tornar membros associados
- Mehane Albuquerque
- 7 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Por Mehane Albuquerque, da Redação
De 22 a 24 de outubro, em Kazan, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, será o anfitrião da Cúpula do BRICS e pretende anunciar a criação de uma nova categoria de países associados ao bloco principal. A ideia da Rússia, que este ano ocupa a presidência do BRICS, é não mais expandir o número de membros plenos, mas criar um grupo de integrantes associados, que participariam das reuniões, mas não teriam poder de veto ou voto nas decisões dos membros plenos.
No ano passado, o BRICS teve a maior adesão formal de novos membros desde a sua criação, passando de cinco para nove participantes. Na ocasião, o Brasil defendeu critérios para o ingresso de mais países, com ênfase nas boas relações com todos os integrantes plenos do bloco.
Um desses critérios estabelecia que os novos membros teriam que apoiar as candidaturas de Brasil, Índia e África do Sul para vagas permanentes no Conselho de Segurança da ONU. O acordo foi aprovado e todos, incluindo os novos membros — Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã — chancelaram a postura do Itamaraty.
A lista de postulantes a uma vaga de membro associado ao BRICS tem cerca de 20 países. A estimativa do bloco, porém, é que esse novo grupo seja formado por dez integrantes. Para o Itamaraty, a expansão precisa respeitar o 'equilíbrio geográfico'. O presidente Lula, por sua vez, defende que, antes da simples aprovação de países que figuram em uma lista, é preciso estabelecer critérios bem definidos para o ingresso desses novos membros.
Cuba e Bolívia
O Brasil contava com a adesão de Colômbia e Angola, dois governos alinhados aos interesses brasileiros e em diferentes continentes. Porém, os dois países não formalizaram pedidos para ingressar no bloco.
Em contrapartida, Nicarágua e Venezuela, com apoio da Rússia e da China, despontaram como fortes candidatos. Mas as aspirações de Daniel Ortega foram vetadas pelo Itamaraty, em razão de o governo nicaraguense ter expulsado o embaixador brasileiro, depois de ter feito ataques a Lula. O país, portanto, não cumpre a premissa estabelecida de que novos membros devem ter relações amistosas com todos os integrantes do grupo principal.
Já a Venezuela, depois de eleições não reconhecidas pelo Brasil e do rompimento das relações diplomáticas com vários países latino-americanos, teria dificuldades para se apresentar como representante regional diante do bloco, na avaliação do Itamaraty. Além disso, a adesão só poderia ocorrer com o consenso de todos os países membros e o Brasil deixou claro que não concorda.
Nesse contexto, ganham força as candidaturas de Cuba e Bolívia, que são bem aceitos por todos os integrantes plenos do BRICS e, de quebra, ainda têm boas relações com o Brasil.
O ingresso de novos membros, porém, não será a única questão decisiva a ser discutida na Cúpula de Kazan. A criação de uma moeda única do BRICS promete ser o principal assunto a dominar os debates nos três dias do encontro.
*Com informações de agências internacionais e UOL












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