Câmara discute retomada econômica na Cultura
O setor cultural foi o primeiro a parar por causa da Covid-19 e será um dos últimos a retornar. Você já deve ter ouvido essa frase um milhão de vezes. Um milhão também é o valor do novo socorro que a Prefeitura de Niterói vai destinar, por meio de editais, ao apoio de empresas e organizações privadas do setor artístico e cultural que tiveram suas atividades suspensas em virtude do período de isolamento social. A mensagem executiva 40/2020 chegou à Câmara Municipal nesta semana para apreciação dos vereadores. Presidente da Comissão de Cultura, Comunicação e Patrimônio Histórico e defensor histórico do incremento do orçamento da cultura na cidade, o vereador Leonardo Giordano (PCdoB) será o relator do projeto. A nova lei poderá beneficiar produtoras, associações de classe, entidades, grupos de artistas e microempreendedor individual ligado ao campo da cultura, além de espaços culturais, com ou sem fins lucrativos.
- Desde o início da pandemia assumimos a linha de frente em defesa das pessoas. Nosso mandato foi extremamente ativo em buscar soluções que garantissem a proteção de trabalhadores e trabalhadoras em diversos segmentos, e a cultura sempre foi um tema prioritário pra gente. Conseguimos muitas vitórias e espero que a gente consiga aprovar rapidamente essa mensagem e garantir ainda mais proteção à cadeia produtiva da cultura aqui em Niterói" - disse Leonardo.
Esse não é o primeiro investimento que a cidade faz para tentar reduzir os impactos econômicos causados pela pandemia na vida de quem trabalha com espetáculos teatrais, shows, eventos, apresentações culturais e festas. Niterói foi a primeira cidade do Brasil a lançar edital para a Lei Aldir Blanc (LAB), que repassou R$ 3.120.870,53 do Governo Federal para estados e municípios apoiarem os trabalhadores. As inscrições, que terminaram ontem (13), ficaram abertas durante um mês e a secretaria das Culturas disponibilizou diversos canais para dúvidas, além de um número de WhatsApp que atendeu em horário comercial.
- Fizemos de tudo para facilitar de modo que as pessoas consigam receber seu benefício o quanto antes", garantiu o secretário das Culturas Victor De Wolf.
Além dos recursos da Aldir Blanc, os trabalhadores da cultura niteroiense também garantiram mais R$ 1 milhão através do Prêmio Erika Ferreira de Criação e Desenvolvimento, chamada pública que vai selecionar e premiar ideias criativas que resultem em projetos artísticos-culturais inéditos. A ideia do prêmio que leva o nome Erika, mulher negra, atriz, diretora e produtora que faleceu aos 39 anos de Covid-19 (não sem antes inspirar colegas de profissão) surgiu durante uma reunião do Conselho de Políticas Culturais junto ao vereador Leonardo Giordano, que transformou o sonho de amigos da atriz em projeto e depois em ação. O período de inscrições foi o mesmo da LAB.
O Prêmio incluiu em seu escopo os mesmos ideais pelos quais Erika lutava, como políticas afirmativas. O resultado da habilitação sai no dia 23 de outubro, junto com o resultado dos inscrições na LAB.
Antes disso, a secretaria já havia lançado outras ações, como a que destinou auxílio mensal de R$ 500 para MEIs e artesãos, auxílio de R$ 1.045 para empregados de empresas sediadas na cidade que se comprometeram a não demitir funcionários, edital Arte na Rede, que beneficiou 200 pessoas e o Ingresso Solidário, ação de compra antecipada de ingressos para eventos nos equipamentos culturais da cidade, cuja verba arrecadada foi utilizada para compra de cestas básicas que foram distribuídas entre profissionais do setor.
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