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Cabeleireiro, ex-assessor de Carlos só sacava em espécie


Carlos Bolsonaro, vereador do Rio, também é investigado pelo MP-RJ por organização criminosa (Agência Brasil)

As suspeitas da prática da rachadinha nos gabinetes parlamentares do clã Bolsonaro ganharam ainda mais combustível. As investigações do Ministério Público Estadual do Rio (MP-RJ) revelam que o cabeleireiro Márcio Gerbatim sacou todo mês na boca do caixa o salário que recebeu como assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara do Rio durante 25 meses entre 2008 e 2010, num total de R$ 90 mil, segundo mostram os extratos bancários levantados pelo MP-RJ. Márcio é ex da atual mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Aguiar, e também foi nomeado assessor do atual senador Flávio Bolsonaro na Alerj entre 2010 e 2011, quando ele era deputado estadual.

O vereador Carlos é investigado em inquérito do MP-RJ, sob suspeita de “rachadinha” e de ter nomeado funcionários fantasmas. No ano passado, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o cabeleireiro nunca teve crachá de identificação na Câmara de Vereadores, outro forte indício de que ele nunca trabalhou no local.

Gerbatim chegou a sacar R$ 4.210, de uma só vez, em 1º de julho de 2008. O valor corresponde ao salário do cargo de assessor na época.

De acordo com revelações anteriores, Carlos Bolsonaro nomeou assessores que viviam em Minas Gerais e em Resende, no Sul do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, tanto assessores de Carlos quanto de Flávio se valiam da mesma prática "para repassar os valores em espécie a outros integrantes da organização criminosa".

Jair Bolsonaro e Michelle

Nas investigações sobre o senador, o MP-RJ descobriu situação semelhante à de Gerbatim em relação a parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Ao analisar os dados bancários da família Siqueira, os procuradores verificaram que, dos R$ 4,8 milhões pagos em salário, R$ 4 milhões foram retirados em espécie.

Extratos da conta de Gerbatim mostram também que , em 9 de junho de 2010, o presidente Jair Bolsonaro fez um depósito de R$ 10 mil para ele. Dois dias depois, Gerbatim compareceu à Real Veículos Comércio e Serviços e efetuou um pagamento de igual valor. Procurada pelo jornal, a empresa informou que não identificou registros da transação.

Nas investigações do MP-RJ constam ainda registros de 27 cheques direcionados por Queiroz e sua mulher, Márcia, para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, em um total de R$ 89 mil. Foi sobre esse valor que o repórter do Globo perguntou ao presidente Bolsonaro e recebeu como resposta "vontade de encher sua boca de porrada".



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