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Carlos Jordy é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (18/1) mais uma fase da Operação Lesa Pátria. A 24ª etapa está focada na identificação dos mentores intelectuais e responsáveis por planejar, financiar e incitar os atos antidemocráticos que culminaram na tentativa frustrada de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023. A PF cumpre dez mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - oito no Rio de Janeiro e dois no Distrito Federal. O deputado Federal, líder do PL na Câmara e pré-candidato à prefeitura de Niterói, Carlos Jordy, é um dos investigados.

É a primeira vez que um parlamentar é alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Lesa Pátria.


Os policiais chegaram às 6h desta quinta (18/1) na residência de Jordy, em Niterói. Outros endereços ligados a ele, inclusive o gabinete da Câmara, em Brasília, também foram alvo de buscas. Na casa do deputado, a PF apreendeu uma arma e R$ 1 mil, além de dispositivos eletrônicos.


Quebra de sigilo


Também nesta quinta-feira (18/1), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a quebra do sigilo telemático do deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), segundo informação da CNN Brasil.


A decisão de Moraes permite que os investigadores tenham acesso as mensagens no celular do parlamentar, computador, mídias e aparelhos telefônicos apreendidos, além de e-mail e contas das redes sociais, aplicativos e serviços de mensagem.

Depoimento à PF

No fim da manhã, o deputado prestou depoimento na sede da Polícia Federal, no Rio, onde negou qualquer participação, incitação ou financiamento da intentona de golpe.


Nas redes sociais, Jordy classificou a investigação contra ele de “medida autoritária e sem fundamento, que visa a perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.


“É inacreditável. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura. Em momento algum do 8 de janeiro eu incitei ou falei para as pessoas que aquilo era correto. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, embora as pessoas tivessem todo o direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”, declarou.

Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, crimes de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime. No caso de Jordy, os investigadores afirmam que o bolsonarista participou de discussões sobre bloqueios de rodovias e sobre os atos terroristas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro.


Há provas de que o parlamentar atuava ativamente nos grupos de mensagens, alternando entre os papéis de mentor e articulador, aproveitando sua força política para garantir poder de mobilização.


Ironicamente, o deputado bolsonarista protocolou, em março de 2023, um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando suposto crime de responsabilidade na invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.


Delegado desmente versão fake


Em vídeo publicado nas redes sociais após as buscas em sua casa, Jordy disse que foi acordado com o “fuzil no rosto” por agentes da corporação. Mas foi desmentido pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Andrei Rodrigues.


“Hoje eu sofri uma busca e apreensão da Polícia Federal. Fui acordado às seis da manhã. Estava dormindo com minha filha e com a minha esposa. Fui acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal”, afirmou o bolsonarista no vídeo.


Andrei Rodrigues, no entanto, disse à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, que não houve armas apontadas ou a necessidade de uso da força para entrar na casa do simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Óbvio que é mentira. Entrada padrão para o caso, porta foi aberta por morador”, afirmou o delegado.

Viés político


Também nas redes sociais, Jordy afirmou que a operação tem "viés político" e que o objetivo seria incriminá-lo para atrapalhar ou impedir sua candidatura à prefeito de Niterói nas eleições municipais de 2024.


“Isso é uma piada, uma piada. O que estão fazendo é óbvio que tem o intuito de perseguir seus adversários. Também estão mirando as eleições municipais, já que eu sou pré-candidato a prefeito de Niterói. É óbvio que tem viés totalitário, intimidatório, não tem respaldo legal”, declarou.


O deputado federal rebateu as informações apuradas pela PF, de que ele teria se articulado com golpistas por mensagens de aplicativo e ligações telefônicas.


“Não tem uma mensagem minha. Até nessas mensagens que eles dizem que eu supostamente teria insuflado, incentivado a irem nos quartéis. Nao existem essas mensagens”, declarou Jordy para a imprensa na superintendência da PF no Rio de Janeiro.


PGR e Moraes: Jordy tem “forte ligação” com líder golpista

As buscas e apreensões realizadas nesta quinta-feira (18/1) tiveram parecer favorável da PGR, assinado pelo subprocurador-Geral da República Carlos Frederico, no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), escreveram, em parecer e em decisão, que investigações apontam “forte ligação” do deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) com Carlos Victor de Carvalho, o CVC, líder de extrema direita em Campos dos Goytacazes e preso pelos atos antidemocrtáticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), mensagens comprovam ainda que o parlamentar passou orientações sobre atos golpistas a bolsonaristas do Rio de Janeiro.


“Foi apurado no curso da investigação, quando da análise das mídias, de dados obtidos nas contas de e-mail ou em fontes abertas, que Carlos Victor de Carvalho possui fortes ligações com o deputado federal Carlos Jordy, que transpassa o vínculo político, vindo a denotar-se que o parlamentar, além de orientar tinha o poder de ordenar movimentações antidemocráticas, seja pelas redes sociais ou agitando a militância da região”, diz Moraes, em decisão que autorizou busca e apreensão pedida pela Polícia Federal e com parecer favorável da PGR.


A conclusão se deu a partir de diálogos por meio de mensagens de celular nas quais CVC pede orientações e autorizações a Jordy a fim de organizar atos antidemocráticos por insatisfação pelo resultado das Eleições Gerais de 2022. Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Em diálogos, Carlos Victor diz:


“Bom dia meu líder. Qual direcionamento você pode me dar? Tem poder de parar tudo”.


Jordy responde:


“Fala irmão, beleza? Está podendo falar aí?”.


“Foi possível identificar que aquele (Carlos Victor) é forte liderança nos grupos de extrema direita em Campos dos Goytacazes, foi organizador dos eventos nos arredores do Batalhão do Exército na cidade e possui fortes ligações com autoridades políticas. Ademais, nas análises das mídias apreendidas em poder de “JORJÃO”, identificou-se que aquele também organizava os atos em frente aos quartéis, como também promoveu o bloqueio da rodovia BR-101, KM-70, juntamente com Daniel Pessanha e outros investigados”, diz decisão de Moraes.


As fake news de Jordy no 8 de Janeiro


O deputado Carlos Jordy fez três publicações em suas redes sociais no dia 8 de Janeiro de 2023, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas por manifestantes extremistas. Em uma das postagens, Jordy chama Lula de “vagabundo”, “mau caráter”, “oportunista” e “irresponsável”.


“Lula é tão vagabundo e mau caráter que utiliza essa invasão para atacar o presidente Bolsonaro, cometendo calúnias tentando associá-lo aos atos, sem prova alguma. Era o prato cheio que ele precisava para criar uma cortina de fumaça sobre a ligação dele e sua ministra com a milícia”, escreveu Jordy em suas redes sociais.

Na época, Jordy se referia a um vídeo de campanha da deputada Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, no qual um homem preso por envolvimento com uma milícia da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, pedia votos para a deputada.


Ainda no dia 8 de Janeiro, Jordy defendeu a hipótese, levantada pela direita, de que as invasões teriam sido conduzidas por “infiltrados” da esquerda.


“Inúmeras pessoas afirmam que os atos foram provocados por esquerdistas infiltrados. Isso deve ser apurado com urgência. As manifestações da direita sempre ocorreram com civilidade e ordem, diferentemente de terroristas como MST, MTST e blackblocks”, disse o deputado.

Em outra publicação, Carlos Jordy reproduziu uma matéria jornalística sobre Ricardo Cappelli, então secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, escolhido como interventor do Distrito Federal a partir do afastamento do governo Ibaneis Rocha.


A matéria lembrava que Cappelli havia ajudado a trazer Fidel Castro para um congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1999. Em seu comentário, Jordy disse que a intenção de Lula seria uma “intervenção comunista” no Distrito Federal.

“Era tudo o que Lula queria. Puro oportunismo para uma intervenção comunista. O Congresso irá se manifestar sobre seu decreto, que ele fundamentou no art.34, III, da CF, ‘pôr termo a grave comprometimento da ordem pública’”, escreveu Jordy.


“Se houve algum comprometimento da ordem pública (causado por infiltrados), ele já foi cessado. O que Lula quer é uma guarda pretoriana pessoal para impedir quaisquer manifestações contrárias a seu desgoverno até 31 de janeiro e justificativa para mais ações arbitrárias do Judiciário”, concluiu o deputado.


Alvos da Lesa Pátria


Na 24ª fase da Operação Lesa Pátria foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Rio de Janeiro (8) e no Distrito Federal (2).


Confira a lista de suspeitos:


Carlos Jordy

Carlos Victor de Carvalho (conhecido como CVC)

André Luis Santos Carneiro

Charles Adriano Siqueira de Souza

José Maria Mattar

Juliana Machado da Silva Ribeiro

Leonardo Loureiro Ferraz

Lucia Maria Caxias dos Santos

Luiz Eduardo Campos de Oliveira

Neide Mara Gomes Palmeira

Raquel Nunes Barbosa


*Com informações da Agência Brasil, g1, CNN, Metrópoles e Twitter (X)


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