China recorre a testes retais para detectar Covid-19

TV estatal chinesa CCTV divulgou nesta quarta-feira que a China está realizando testes retais para detectar a Covid-19 em pessoas de grupos de risco. A medida também está sendo imposta a viajantes que chegam do exterior e são submetidos a quarentena obrigatória em hotéis.
A China tem conseguido conter a pandemia com testes em massa e lockdowns onde surtos de Covid-19 são detectados. Nas últimas semanas, dezenas de milhares de pessoas fizeram exame pelo método PCR, sendo que residentes de vários bairros de Pequim, em vez de amostras retiradas do nariz ou da garganta, estão sendo submetidos a testes retais.
Em entrevista à CCTV, o médico Li Tonzeng, do hospital You'an em Pequim, afirmou que o teste retal "aumenta a taxa de detecção de pessoas infectadas" porque o coronavírus permanece mais tempo no ânus do que nos canais respiratórios.
"Considerando que coletar swab anais não é tão conveniente quanto os de garganta, no momento apenas grupos-chave, como aqueles em quarentena, recebem ambos", afirmou Tongzeng.
Já segundo a Blomberg, mais de mil crianças em idade escolar e professores foram testados em Pequim pelo ânus, pela garganta e pelo nariz na semana passada.
Restrições ao exterior
A partir desta quarta-feira (27), por decisão das autoridades sanitárias do governo de Pequim, todas as pessoas que desejam viajar ao país devem apresentar dois testes negativos (PCR e sorológico) antes do embarque e ainda precisam ficar em quarentena por ao menos 14 dias em hotel.
Viajantes de áreas de alto ou médio risco, onde há mais infecções, estão proibidos de entrar na capital chinesa.
Apesar de superpopulosa (mais de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes) e de ter sido o primeiro país a detectar oficialmente os primeiros casos de infecção por Covid-19, a China registrou em toda a pandemia 99.605 casos e 4.811 mortes de coronavírus até esta quarta-feira, de acordo com o mapa mundial da Covid-19, da Universidade Johns Hopkins.