China se opõe à intervenção dos EUA no conflito Israel-Irã
- Da Redação
- 19 de jun.
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A China se opõe a uma possível intervenção dos EUA no conflito entre Israel e o Irã, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, nesta quinta-feira (19).
Questionado sobre a opinião de Pequim sobre relatos que indicam que altos funcionários americanos estão se preparando para um possível ataque ao Irã nos próximos dias, Guo enfatizou que a China "se opõe a qualquer ato que viole os propósitos e princípios da Carta da ONU".
"A situação atual no Oriente Médio é tensa e sensível, e corre o risco de sair do controle", afirmou o diplomata, acrescentando que Pequim se opõe a ações que ameacem "a soberania, a segurança e a integridade territorial de outros países e se opõe ao uso da força nas relações internacionais".
Nesse sentido, Guo instou a comunidade internacional, "especialmente as grandes potências influentes", a manter "uma postura imparcial e responsável, a criar condições para promover um cessar-fogo e a retomar o diálogo e a negociação, a fim de evitar que a situação regional se deteriore e cause desastres maiores".
Comentando sobre o conflito militar entre Israel e Irã, o porta-voz enfatizou que ele está se intensificando progressivamente e que a China está profundamente preocupada. "Isso não só causou danos significativos aos povos de ambos os países, como também afetou seriamente a paz e a estabilidade na região e no mundo."
"Não há vencedores em uma escalada do conflito, que só causará maior destruição e gerará mais instabilidade", afirmou Guo, instando veementemente as partes, "especialmente Israel, a priorizar os interesses dos povos da região, implementar imediatamente um cessar-fogo, pôr fim à guerra e aliviar a atual situação tensa."
Na segunda-feira, o presidente chinês Xi Jinping, em uma ligação telefônica com seu homólogo russo, Vladimir Putin, condenou veementemente as ações de Israel. Xi também se pronunciou a favor da mediação, que, segundo ele, poderia ajudar a apaziguar a grave situação.
Rechaço Internacional
Desde a madrugada de 13 de junho, quando Israel lançou um ataque não provocado contra o Irã, os dois países vêm trocando bombardeios. Rússia, China e vários países ao redor do mundo condenaram duramente a ofensiva israelense, chamando-a de grave violação do direito internacional e da Carta da ONU.
Putin condenou esses ataques em conversa com seu homólogo americano, Donald Trump, e expressou profunda preocupação com uma possível escalada do conflito, que "teria consequências imprevisíveis para toda a situação no Oriente Médio". Da mesma forma, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzia, alertou que as ações de Israel estão empurrando a região para uma "catástrofe nuclear em larga escala".
Na América Latina, várias nações, incluindo Brasil, Venezuela, Cuba e Nicarágua, expressaram sua rejeição às ações de Tel Aviv. Países do mundo islâmico, como Turquia, Arábia Saudita, Egito e Paquistão, reagiram de forma semelhante. Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, o presidente dos EUA, Donald Trump, por outro lado, intensificou sua retórica contra o Irã, emitindo avisos ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, e afirmando controle total dos céus do Irã.
Fonte: Agência RT
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