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Com US$ 1,1 tri, investimento estrangeiro bate recorde de 46,6% do PIB


(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O Brasil terminou 2024 com um estoque de US$ 1,141 trilhão em investimento estrangeiro direto no país, o que representa quase metade (46,6%) do Produto Interno Bruto (PIB), conjunto de bens e serviços produzidos no país. Essa marca é um recorde na série histórica do Banco Central (BC).


Os dados fazem parte do Censo de Capitais Estrangeiros, divulgado pelo BC nesta sexta-feira (26), em Brasília.


Em 1995, quando foi iniciada a série, o percentual de investimento direto estrangeiro era de 6,1% do PIB. Em 2000, passou para 17,1%, alcançando 25,2% em 2010. Em 2019, superou pela primeira vez a marca de 30% (34,6%). Em 2023, a marca ficou em 45%.


O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que a maioria das empresas que recebem capital estrangeiro é controlada por esses investidores.


“Tem 100% do capital ou tem o controle da empresa, mais de 50%”, diz Rocha, ao ressaltar o fato de esses negócios terem maior ligação com o exterior.


“Tipicamente têm uma maior relação com o exterior, com os seus investidores, têm maior conteúdo importado, maior conteúdo exportado”, explica.


Aumento da capacidade produtiva

O BC divide os US$ 1,1 trilhão em duas partes: US$ 884,8 bilhões são participação no capital social de empresas, ou seja, sócios; enquanto US$ 256,4 bilhões são operações intercompanhia, isto é, empréstimos entre empresas.


“O mais importante é o caráter tipicamente produtivo desse investimento direto, aumentando capacidade instalada no país, contribuindo para crescimento de produtividade”, avalia Rocha.


Apesar do recorde em relação ao PIB, Fernando Rocha esclarece que, em termos absolutos, o estoque de investimento direto no país era maior ao fim de 2023, marcando US$ 1,3 trilhão.


O chefe do Departamento de Estatísticas do BC explica que isso acontece por causa do câmbio.


“Esses investimentos no Brasil são todos feitos em reais, então a gente apura esses valores, mas depois converte em dólar”, detalha.


Segundo Rocha, entre o fim de 2023 e o final de 2024, a taxa de câmbio passou de R$ 4,84 por dólar para R$ 6,19. “Essa depreciação cambial reduziu esse valor de investimento direto, quando a gente expressa em dólares”, completa.


Fernando Rocha aponta que os principais países a investirem diretamente no Brasil são Estados Unidos, em primeiro lugar, França, Uruguai, Espanha e Países Baixos.


“A gente tem como principais setores, que somam 40% da posição de investimento, o setor de serviços financeiros, comércio, eletricidade e extração de petróleo”, elenca.


EUA lideram investimentos diretos

O censo do BC identifica de quais países vieram os US$ 884,8 bilhões que fazem parte do capital social de empresas aqui no Brasil. A lista é liderada pelos Estados Unidos, com US$ 244,7 bilhões, isto é, 28% do total.


Veja os principais países:


  1. Estados Unidos: US$ 244,7 bi (28% do total)

  2. Países Baixos: US$ 145,5 bi (16%)

  3. Luxemburgo: US$ 79,2 bi (9%)

  4. França: US$ 63,3 bi (7%)

  5. Espanha: US$ 61,0 bi (7%)

  6. Reino Unido: US$ 31,0 bi (4%)

  7. Japão: US$ 27,8 bi (3%)

  8. Alemanha: US$ 21,9 bi (2%)

  9. Canadá: US$ 21,1 bi (2%)

  10. Ilhas Cayman: US$ 20,7 bi (2%)


Paraísos fiscais

O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explica que essa lista considera o local de origem do “investidor imediato”, isto é, de onde saíram os recursos.


“Na verdade, é o país onde está a empresa que é imediatamente dona da empresa daqui”.


Ele contextualiza que, em alguns casos, a empresa estrangeira tem origem em um outro país, mas mantém sede em um terceiro, por questão tributária.


“São os chamados paraísos fiscais, lugares [para] onde as empresas mandam seus recursos, centralizam sua operação financeira lá, porque pagam menos impostos, e de lá vem para o Brasil”, detalha.


Segundo ele, é por isso que Luxemburgo e Ilhas Cayman, no Mar do Caribe, aparecem na lista.


Ao considerar o país controlador do investimento estrangeiro, o que desconsidera se havia subsidiárias ou paraísos fiscais pelo caminho, a lista do BC apresenta:


  1. Estados Unidos: US$ 232,8 bi (26% do total)

  2. França: US$ 69,3 bi (8%)

  3. Uruguai: US$ 58,4 bi (7%)

  4. Espanha: US$ 50,0 bi (6%)

  5. Países Baixos: US$ 48,6 bi (5%)


Setores

O Banco Central mapeou os setores da economia que mais atraem investimento estrangeiro direto. Os serviços lideram a atração, com 59% do total, à frente da indústria (29%) e da agropecuária e extrativismo mineral (12%)


Ao se analisar dentro desses setores, as atividades campeãs de atração de capital do exterior são:


  1. Serviços financeiros e atividades auxiliares: 22%

  2. Extração de petróleo e gás natural: 8%

  3. Comércio, exceto veículos: 7%

  4. Eletricidade, gás e outras utilidades: 5%

  5. Produtos químicos: 4%

  6. Veículos automotores, reboques e carrocerias: 4%


O censo do BC também aponta para qual atividade cada país direciona o investimento direto. No caso dos Estados Unidos como controlador final, 25% vão para a indústria de transformação (transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário, que vai ser novamente modificado por outra indústria) e 22% para atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.


Com a Agência Brasil

 
 
 

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