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Como a Indonésia vai somar ao BRICS e fortalecer o Sul Global


O início de 2025 foi um período de muito êxito para o BRICS: em 6 de janeiro, a Indonésia entrou na associação como membro pleno. De acordo com especialistas, esse acontecimento representa um marco importante na história do BRICS: o grupo continua a fortalecer sua posição no cenário internacional, unindo países com grande potencial econômico e demográfico.

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Qual a contribuição que a Indonésia pode oferecer ao BRICS e à formação de uma nova arquitetura global? Que vantagens o país obterá?


Reações dos Países do BRICS


A Indonésia foi calorosamente recebida pelos participantes do BRICS. Como observado, sua candidatura foi apresentada e pré-aprovada durante a primeira onda de expansão do grupo, na XV Cúpula em Joanesburgo, na África do Sul.


O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que detém a presidência do BRICS em 2025, anunciou que a Indonésia se tornou parte do grupo. O Palácio do Itamaraty destacou o papel especial do novo membro na intensificação da cooperação entre os países do Sul Global.


O Ministério das Relações Exteriores da China expressou confiança de que a Indonésia fará uma contribuição significativa para o desenvolvimento do BRICS. O porta-voz da chancelaria chinesa, Guo Jiakun, fez uma declaração sobre a disposição da China em expandir os laços bilaterais com a república.


Por sua vez, o MRE da Rússia informou que a candidatura oficial da Indonésia foi aprovada por todos os membros da associação. Isso ocorreu em 2024, após as eleições presidenciais e a posse do novo presidente da república, Prabowo Subianto. O Ministério russo afirmou que, como a maior economia do Sudeste Asiático, a Indonésia compartilha os valores do BRICS e é favorável à promoção da cooperação multilateral baseada no respeito mútuo, na abertura, no pragmatismo e na solidariedade.


Já a chancelaria do Egito expressou esperança de que o novo país do BRICS participe ativamente das atividades da associação e destacou as perspectivas para a interação bilateral entre Jacarta e Cairo.

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Papel da Indonésia no BRICS: A Voz do Sudeste Asiático em um Mundo Multipolar


A Indonésia é uma das 20 maiores economias do mundo e um dos cinco países mais populosos, o que, segundo analistas, ajudará o BRICS a aumentar sua influência na arena internacional. A República ocupa a liderança no ranking de países produtores de óleo de palma e também uma posição de destaque no mercado de níquel. Além disso, especialistas destacam o desenvolvimento digital e os investimentos da Indonésia, bem como sua aspiração de realizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.


Jacarta participa ativamente em várias organizações internacionais, plataformas e associações, incluindo a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o G20, a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), a Organização para Cooperação Islâmica (OCI) e o Acordo Econômico Regional Abrangente (CREP).


Como parte do BRICS, a Indonésia pretende focar no combate aos efeitos das mudanças climáticas, segurança alimentar e acesso à saúde. Na visão de Jacarta, o BRICS é uma plataforma para promover os interesses dos países em desenvolvimento, o que, em tese, significa uma ordem mundial mais justa.


Amelia Anggraini, membro da Câmara dos Representantes da Indonésia, acredita que o BRICS, em sua nova composição, contribuirá para fortalecer os laços entre a associação e a ASEAN.


"Com a entrada da Indonésia no grupo, o BRICS se tornou ainda mais inclusivo e representativo. Ele cobre quase metade da população mundial e faz contribuições significativas para a economia global", afirmou Anggraini, conforme cita a ANTARA News Agency.


Ekaterina Koldunova, diretora do Centro ASEAN do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou (MGIMO) compartilhou sua opinião em um comentário exclusivo à TV BRICS.


"O Sudeste Asiático está representado na associação de forma ampla, em todos os níveis. Não podemos esquecer que países como Tailândia, Malásia e Vietnã também têm interesse em cooperar com o BRICS. [...] No futuro, temos a oportunidade de construir uma cooperação interinstitucional entre o BRICS e a ASEAN", afirmou.

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Muitos especialistas russos e internacionais concordam que a presença da Indonésia no BRICS está nos interesses do Sul Global e pode acelerar a reforma das instituições de governança global no futuro próximo.


Em um comentário excluviso à TV BRICS, a doutora em Economia e diretora do Instituto de Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais da Universidade de Finanças do Governo da Rússia, Viktoria Perskaia, esclareceu que o grupo é a plataforma onde a Indonésia poderá expressar sua posição sobre questões internacionais e realizar seus interesses nacionais no circuito externo.


"A participação da Indonésia no BRICS não se trata apenas de geopolítica. Também envolve as reformas estruturais necessárias para impulsionar sua ambiciosa agenda de crescimento. Como a maior economia e o país mais populoso do Sudeste Asiático, a Indonésia compartilha com outros membros do BRICS o apoio à reforma das instituições de governança global", infornou Perskaia, que é especialista em economia dos países do BRICS, OCX e UEE.


BRICS Como Nova Diplomacia Econômica da Indonésia


Para a Indonésia, o BRICS é uma oportunidade para impulsionar o desenvolvimento econômico e expandir horizontes comerciais. Segundo Eddy Soeparno, vice-presidente da Assembleia Consultiva Popular da Indonésia, a decisão de Jacarta de se tornar membro da associação aumentou as chances de o país do Sudeste Asiático alcançar o crescimento de PIB de 7-8% ao ano, especialmente devido à sua futura entrada em novos mercados na Ásia, África e América Latina.

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Mohammad Faisal, diretor executivo do Centro de Reforma Econômica da Indonésia, concorda:


"O novo governo estabeleceu uma meta ambiciosa de crescimento econômico de 8%. A adesão ao BRICS fornecerá um impulso significativo para alcançar essa meta. A Indonésia precisa fazer esforços extraordinários, particularmente na atração de investimentos. Embora já tenha atraído investimentos substanciais, ainda há espaço para crescimento", afirmou Faisal à CCTV+, parceira da TV BRICS.


O Ministro indonésio do Comércio, Budi Santoso, está confiante de que o BRICS ajudará o país asiático a aumentar suas exportações de minerais —principalmente para a Índia e China. Por sua vez, o vice-ministro de Energia e Recursos Minerais, Yuliot Tanjung, já havia expressado a mesma opinião.


Jacarta agora não descarta a importação de petróleo da Rússia, conforme declaração do Ministro de Energia e Recursos Minerais, Bahlil Lahadalia. Ele especificou que, por muitos anos, o país importou petróleo do Oriente Médio.


Outra vantagem do grupo é o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do BRICS e seu financiamento de projetos de infraestrutura. Para a Indonésia, isso representa um apoio potencial para suas iniciativas estratégicas: construção de uma nova capital, transição energética e desenvolvimento de zonas econômicas livres.

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Mikhail Khachaturyan, especialista em economia do BRICS, OCX e ASEAN, acredita que os benefícios econômicos futuros que a Indonésia receberá graças ao BRICS serão sentidos por todos os seus cidadãos.


"Do ponto de vista econômico, trabalhar na associação fortalecerá o envolvimento da república na cooperação nas áreas de energia, transporte, infraestrutura e tecnologia. Isso contribuirá para a criação de novos empregos e, consequentemente, para a melhoria da qualidade de vida da população. A adesão ao BRICS também deve simplificar o processo de intercâmbio de estudantes. Esses programas educacionais são especialmente relevantes para os jovens indonésios hoje", ressaltou Khachaturyan.


O membro do Conselho de Relações Exteriores da Indonésia, Darmansjah Djumala, está convencido de que a diplomacia indonésia deu um passo histórico após a inclusão do país no BRICS, estabelecendo-se como uma espécie de "construtor de pontes" entre Estados com interesses diferentes.


Em resumo, a cooperação econômica provavelmente será a base para uma bem-sucedida integração da Indonésia no BRICS. É possível que Jacarta se destaque rapidamente no trabalho do grupo, especialmente porque isso é o que se espera do novo membro: iniciativas que beneficiarão não apenas a própria república, mas todos os países-membros da associação.


Fonte: TV BRICS, parceira do TODA PALAVRA

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