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CPI formaliza ao MPF acusação de perjúrio contra Pazuello


Ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro (Carolina Antunes-PR)

Acusado de mentir várias vezes à CPI da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello será o segundo ex-integrante do governo Bolsonaro a ter o depoimento formalmente confrontado pelo Ministério Público Federal (MPF) para uma apuração de veracidade. O primeiro foi o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, que depôs na semana passada. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, confirmou que vai requerer ao Ministério Público Federal a abertura de uma investigação por crime de perjúrio, com base no artigo 342 do Código Penal (falso testemunho, sob pena de reclusão de dois a quatro anos, e multa).

Durante depoimento do ex-ministro, que tentou o tempo todo blindar o presidente Jair Bolsonaro, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que se o presidente não foi o responsável por ações que promoveram remédios sem eficácia contra a Covid-19 e discursos antivacina, o general será considerado culpado. Na ocasião, o senador pediu para que o depoimento de Pazuello seja enviado ao Ministério Público (MP), baseado no fato de que é ilegal mentir na Comissão.

O senador disse que o ex-ministro tem "assumindo para si responsabilidades" que não são dele. "O senhor disse que o presidente nunca deu ordens sobre sua área, que nunca contradisse uma das suas ordens, que não existe ministério paralelo. Se isso tudo for verdade, foi da sua decisão tentar limitar as ações de governadores sobre medidas restritivas, foi o senhor que orientou a defender a cloroquina e ser contra isolamento e distanciamento social, contra uso de máscaras e fornecimento. Então foi o senhor que deu informações a respeito das vacinas que levaram o presidente da República a desacreditá-las", disse.

Após afirmar que Pazuello estava se contradizendo e continuava mentindo em seu depoimento, o senador sergipano solicitou à CPI que as declarações do general fossem encaminhadas ao MPF. Randolfe Rodrigues confirmou que o requerimento será encaminhado.

'14 mentiras e negação do negacionismo'

Na mesma sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que Pazuello mentiu pelo menos 14 vezes em seu depoimento sobre omissões e negligências do governo Bolsonaro na pandemia.

“Em 14 oportunidades, o depoente mentiu flagrantemente. Ousou negar suas próprias declarações. Essa é uma nova cepa: a negação do negacionismo. Negar tudo aquilo que está posto, que a sociedade conhece, acompanha e se indigna… não dá! Isso é tripudiar da CPI, imaginar que palavras são jogadas ao vento em qualquer lugar. Nós precisamos que se respeite a CPI”, disse Renan.

O relator da CPI ainda propôs que o colegiado contrate uma agência de checagem. "Fundamental essa comissão contratar o serviço para fazer uma procura online da verdade, uma varredura das mentiras que estão sendo pronunciadas aqui. Tivemos uma primeira amostragem dessas contradições, inverdades e omissões", afirmou.

Perfil do presidente

O ex-ministro Eduardo Pazuello teve também o seu momento de extrema sinceridade ao ser questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) sobre possível intervenção do presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Saúde, em janeiro deste ano, quando anunciou num tuíte a compra de vacinas da CoronaVac e excluiu após encontro com Bolsonaro, que afirmou que não compraria "vacina da China". O general negou mais uma vez a interferência do mandatário, mas, sem perceber, traçou um perfil nada adequado para um presidente da República.

"Nós sabemos como é o nosso presidente da República. Ele fala de improviso, fala de pronto, essa é a verdade. Não podemos esconder o sol com a peneira. Esse é o presidente da República que foi eleito. Ele fala o que pensa e algumas coisas precisam ser corrigidas depois, algumas coisas precisam ser conversadas", disse Pazuello, no que foi observado pelo senador: "Por isso que tem responsabilidade pela ação dele, ele é um chefe de Estado. Ele tem que saber o que ele vai falar. Se ele não tem controle sobre o que vai falar, que leia", disse Contarato .



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