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Cristina Kirchner é condenada pela mesma forma que Lula foi


(Reprodução)

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, foi condenada nesta terça-feira (6) a seis anos de prisão e inabilitação vitalícia para o exercício de cargos públicos no final de um julgamento polêmico que durou três anos e meio e foi rodeado de escândalos e alegações de parcialidade. Ela, porém, não irá para a prisão.


O vice-presidente se pronunciou após a decisão e afirmou que em 2023 não será candidata e que foi condenada por uma máfia judicial.


A 2ª Vara Federal Oral, formada pelos desembargadores Jorge Gorini, Rodrigo Giménez Uriburu e Andrés Basso, condenou o ex-presidente pelo crime de "administração fraudulenta em detrimento da administração pública".


No entanto, foi absolvida do crime de associação ilícita de que os promotores do caso a acusaram, e cuja pena máxima era de 12 anos de prisão.


Assim concluiu um processo em que estiveram 13 arguidos que receberam penas que vão desde a absolvição até seis anos de prisão, e no qual participaram mais de 100 testemunhas.


Os juízes anunciaram que os fundamentos do veredicto serão anunciados em 9 de março. Até esse dia, serão conhecidos os argumentos judiciais que levaram em conta para emitir as sentenças.


Cristina Kirchner foi acusada de ter liderado uma associação ilegal que, durante seus dois governos (2007-2015) e o de seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007), dirigiu obras públicas em favor do empresário Lázaro Baez, que era amigo e sócio do casal.


Desde o início do julgamento, Cristina Kirchner assegurou que a sentença foi redigida com antecedência porque fazia parte da "lawfare" (perseguição judicial) que se leva a cabo contra ela desde que terminou a sua segunda presidência em 2015.


"(O tribunal) é um pelotão de fuzilamento", acusou a ex-presidente na semana passada durante seu último discurso.

O julgamento começou em maio de 2019 com um total de 13 réus que receberam pedidos de penas que variam de dois a 12 anos de prisão.


Apesar da sentença imposta a ela, não há possibilidade de Cristina ir para a prisão. Primeiro porque, graças ao seu cargo de vice-presidente, ela tem privilégios e deve enfrentar primeiro um processo de impeachment.


Além disso, seus advogados recorrerão de qualquer condenação, portanto a decisão deve passar por sua análise antes de chegar ao Supremo Tribunal de Justiça, que terá a última palavra. Esse processo pode levar vários anos.


Outro motivo pelo qual a ex-presidente não pode ser presa imediatamente é que ela completará 70 anos em fevereiro próximo e a lei concede o benefício da prisão domiciliar a partir dessa idade.


Enquanto a sentença não for definitiva, Cristina também não terá que se submeter à desclassificação. Ou seja, se quiser, pode concorrer a qualquer cargo público nas eleições gerais do ano que vem.


Escândalo com juiz e maior grupo de mídia da Argentina

A divisão política que a figura de Cristina causou na sociedade argentina por 15 anos voltou a ficar em evidência ao longo do julgamento.


Enquanto a oposição partidária e midiática tomou as acusações como provadas e comemorou a condenação antecipadamente, seus seguidores a exoneraram e garantiram que o processo, na verdade, foi apenas uma vingança.


Em 1º de agosto, o procurador Diego Luciani ganhou notoriedade com uma denúncia dura e histriônica - mesmo estilo dos procuradores da Lava Jato que levaram à condenação o então ex-presidente Lula -, em que acusava a ex-presidente e seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner, de terem criado "uma das mais extraordinárias matrizes de corrupção que lamentavelmente e tristemente se desenvolveu no país".


O clima político tornou-se ainda mais difícil porque no último fim de semana vazaram as conversas de juízes, funcionários e empresários da mídia que manipularam as evidências de uma luxuosa viagem que fizeram juntos à Patagônia, com todas as despesas pagas pelo maior grupo de mídia do país, o Grupo Clarín, e que tentaram manter em segredo.


Um dos viajantes é o juiz Julián Ercolini, que foi investigador no caso contra Cristina Kirchner, ou seja, que reuniu as supostas provas e as considerou suficientes para que a investigação chegasse a um julgamento oral e público.


A viagem é um dos maiores escândalos institucionais da história Argentina, pois demonstra a conivência dos poderes judiciário, midiático e político.


Com a Agência RT

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