top of page

Cunha é alvo do MP por propina em combustível de avião


Eduardo Cunha, preso em 2016 por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro (Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP-DFT) cumpre, nesta quarta-feira (3), mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o ex-vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli. Os investigados modificaram uma lei distrital de 1996 para reduzir os impostos sobre combustíveis de aviação em Brasília entre 2012 e 2014, e, de acordo com os promotores, teriam recebido propinas das empresas Gol e Latam, de R$ 10 milhões (Cunha) e R$ 4 milhões (Filipelli). A TV Globo apurou que os valores foram recebidos por uma empresa em nome de Claudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, e, depois, repassado para o doleiro Lúcio Funaro, que virou delator.

As buscas e apreensões foram cumpridas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-DFT, com apoio da Polícia Civil, em locais no Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, onde os investigados teriam adquirido imóveis comerciais e outros bens com o dinheiro da corrupção.

Esse caso de alteração de lei não é o único envolvendo o nome de Eduardo Cunha, que cumpre prisão domiciliar por outros crimes. Em sua passagem na presidência da Câmara, além de ter sido um dos articuladores do golpe do impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, Cunha foi acusado por inclusão de "jabutis" aos textos enviados pelo Executivo ao Congresso Nacional. Em um desses casos, ele "contrabandeou", em uma Medida Provisória sobre impostos de produtos importados, uma emenda para construção de um shopping center no Congresso. "Isso [a permissão para a construção de um shopping] é um escárnio com o contribuinte, um escárnio com a sociedade brasileira. Isso precisa acabar", denunciou, na época, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Eduardo Cunha foi condenado, em setembro de 2016, a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em março do ano passado, a juíza federal substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, substituiu a prisão preventiva de Cunha por prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, devido à pandemia. A defesa alegou que, por ter 62 anos, ele faz parte de grupo de risco da Covid-19.

bottom of page