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Daniel Silveira volta a ser preso pela PF por determinação de Moraes


(Foto: Plínio Xavier/Agência Câmara)
(Foto: Plínio Xavier/Agência Câmara)

A Polícia Federal (PF) voltou a prender nesta terça-feira (24) o ex-deputado federal Daniel Silveira. A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.


A prisão ocorreu após o ministro afirmar que Silveira descumpriu as medidas que foram estabelecidas no livramento condicional, benefício que foi autorizado por Moraes na semana passada.


Segundo o ministro, Daniel Silveira demonstrou “novamente, seu total desrespeito ao Poder Judiciário e à legislação brasileira, como fez por, ao menos, 227 vezes em que violou e descumpriu as medidas cautelares diversas da prisão durante toda a instrução processual penal”.


Em 2021, por exemplo, Silveira disse à PF que estava sem a tornozeleira eletrônica porque um cachorro havia roído o item eletrônico.


Em fevereiro de 2023, após deixar o mandato, Silveira foi preso cautelarmente por descumprir regras da prisão domiciliar e fazer novos ataques ao STF.


Em 2022, Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação ao andamento do processo. Desde outubro deste ano cumpria pena em regime semiaberto.


Conforme a decisão, desta vez o ex-deputado descumpriu a regra que estabelecia o horário das 22h para recolhimento noturno.


"Logo em seu primeiro dia em livramento condicional, o sentenciado desrespeitou as condições impostas, pois, conforme informação prestada pela Seape/RJ, no dia 22 de dezembro, somente retornou à sua residência às 2h10 horas da madrugada, ou seja, mais de quatro horas do horário limite fixado nas condições judiciais", relatou o ministro.


Ida a hospital como 'verdadeiro álibi'

Moraes também apontou que Daniel Silveira deu entrada em um hospital, sem autorização judicial.


"Estranhamente, na data de hoje [23/12], a defesa juntou petição informando que o sentenciado – sem qualquer autorização judicial - teria estado em um hospital, no dia 21/12, das 22h59 às 0:34 do dia 22/12", completou.


Em seu despacho, Moraes diz que Silveira teve a oportunidade de, na audiência de custódia, esclarecer as razões do descumprimento dos termos da liberdade condicional, mas decidiu omitir sua estada no outro endereço residencial.


"Dessa maneira, fica patente que o sentenciado tão somente utilizou sua ida ao hospital como verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito às condições judiciais obrigatórias para a manutenção do seu livramento condicional", escreveu Moraes, em sua decisão.


Moraes não apenas manteve a prisão, como determinou que o ex-deputado retornasse ao regime fechado. Após audiência de custódia, ele foi transferido para a unidade de Bangu 8, localizada no Complexo de Gericinó.


A PF investigará se Silveira realmente recebeu atendimento médico no hospital.


Defesa

O advogado André Rios, que representa o ex-deputado federal Daniel Silveira, classificou como "arbitrariedade" a prisão do cliente dele nesta terça-feira (24).


A defesa alega que Silveira precisou se deslocar ao Hospital Santa Tereza, em Petrópolis (RJ), com uma emergência médica às 22h59 do sábado (21) e só foi liberado à 0h34 do dia seguinte (22). Foram juntados exames e um atestado para comprovar que ele recebeu atendimento médico.


"Juntam-se os seguintes documentos: encaminhamento médico para nefrologista e atestado de comparecimento para justificar o deslocamento após 22h, demonstrando a total transparência e colaboração com o juízo", informou a defesa.


Segundo Moraes, não houve autorização judicial para o deslocamento de Silveira ao hospital e ele ainda levou mais de uma hora e meia para chegar em casa após o atendimento médico informado pela defesa.


"Não existiu violação e o deslocamento do hospital para sua residência foi normal. Uma pessoa com crise renal não pode esperar liberação do judiciário para buscar atendimento médico. Daniel Silveira tem histórico de cálculo renal e vira e mexe tem crises. Negar atendimento médico ao Daniel, entra para extensa lista de direitos violados. Daniel é um preso político e seu caso deve ser levado aos mecanismos internacionais de Direitos Humanos", informou o advogado André Rios, por meio de nota.


Os advogados também solicitaram autorização para que o ex-parlamentar possa comparecer às comemorações de Natal e Ano Novo com sua família.


"Requer sejam deferidas exceções para os dias 24/12 e 31/12, com o objetivo de confraternização em família, após mais de dois anos afastado e privado de tal convívio, e em razão de residir em área distante e rural, requer, excepcionalmente, que os horários sejam estendidos, tão somente para as festas de fim de ano, especialmente, ao convívio com suas duas filhas, mãe, esposa e irmã, que o horário de retorno ao lar seja 02:00h, após a ceia de natal, e após o Ano Novo", informaram os advogados.


Com a Agência Brasil

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