Delegados da PF reagem ao método lavajatista contra Ciro
A operação da Polícia Federal desta quarta-feira (15) que teve como alvo o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) e seu irmão, o ex-governador e senador Cid Gomes (PDT), causou desconforto e críticas entre os membros do alto escalão da corporação. Segundo reportagem do Globo, os delegados criticaram a cronologia da ação e avaliam que o caso poderá trazer desgaste à imagem da PF.
Para os delegados, soa exagerada a realização de uma operação dentro de um inquérito que foi aberto em 2017 sobre uma obra feita em 2012 e 2013.
“Esse modelo ‘lavajatista’ de fazer um barulho enorme, desgastar a imagem da pessoa para depois ver se acha alguma prova tem prejudicado a imagem da PF”, disse um delegado da PF - citado pelo jornal - que não quis ser identificado.
Um dos pontos destacados pelos integrantes da cúpula da corporação é o fato de que “as buscas e apreensões em endereços dos investigados só aconteceram quatro anos depois do processo ser instaurado, o que torna muito difícil que provas relevantes sejam colhidas".
Os delegados avaliam, ainda, que a operação contra os irmãos Gomes “fará barulho, mas não será efetiva” e reforça a mensagem de que a PF vem sendo aparelhada e utilizada politicamente pelo Planalto contra adversários e opositores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, em queda livre nas pesquisas eleitorais.
Ciro Gomes também atribuiu à influência de Bolsonaro a operação da PF contra ele e o irmão dele. A PF obteve autorização da Justiça Federal do Ceará baseada em delações premiadas sobre supostas irregularidades na construção do estádio Castelão oito ano atrás.
A cúpula da PF vetou pedido para realização de entrevista à imprensa que seria realizada no Ceará sobre a operação, segundo a Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, a direção da PF diz temer que haja o uso político da ação com base na interpretação de que a investigação foi direcionada.
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