Depoimentos de Mauro Cid complicam Bolsonaro e devem chegar a generais
- Da Redação
- 30 de ago. de 2023
- 2 min de leitura

O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid aos agentes federais pode agravar a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos generais e ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto.
É o que aponta uma fonte ouvida pelo G1, portal da Globo. Ex-ajudante de ordens e um dos ex-assessores mais próximos de Bolsonaro, Cid passou por dois extensos depoimentos na sede da Polícia Federal em Brasília nos últimos dias. Na sexta-feira (25) ele passou seis horas na sede prestando depoimento. Na segunda-feira, o depoimento durou dez horas.
Segundo a fonte, em seu depoimento Cid aborda o roteiro da tentativa de ruptura institucional, que veio à tona em junho, com a descoberta de uma minuta para decretação de Garantia da Lei e da Ordem, no caso de derrota de Bolsonaro no pleito. A minuta foi encontrada pela PF em uma vistoria no celular apreendido de Cid e previa ações para desconstruir a ordem democrática.
O depoimento de Cid pode detalhar os nomes dos militares e ex-ministros envolvidos nas tratativas, bem como a localidade em que ocorreram as conversas. Os nomes citados nos bastidores são os de Augusto Heleno, ex-ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, e de Walter Braga Neto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa - filiado ao PL, Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro.
Cid também falou sobre a venda ilegal de joias presenteadas ao governo brasileiro durante a gestão Bolsonaro. Ademais, Cid também deve abordar o encontro da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e Bolsonaro com o hacker Walter Delgatti Netto.
Em depoimento à CPI que investiga os atos de 8 de janeiro, Delgatti afirmou que Bolsonaro o questionou sobre a possibilidade de grampear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e promover uma operação fake nas urnas para simular a impressão de um voto falso. A PF quer saber se Cid teve participação ativa nas tratativas com o hacker.
Nessa terça-feira (29), a Advocacia do Senado Federal autorizou os investigados pela CPI a fechar acordo de delação premiada. Porém, até o momento, ainda não há acordo oferecido a Cid.
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