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Deputado Glauber Braga é preso em protesto na UERJ

O deputado Glauber Braga (PSOL-SP) foi detido pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (20/9), quando prestava apoio ao protesto de estudantes que ocupam o prédio do campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A entrada da PM na universidade foi autorizada pela Justiça para garantir a desocupação, que havia sido determinada por liminar expedida na terça-feira (17/9) pela juíza Luciana Losada, da 13ª Vara de Fazenda.

Com a resistência dos alunos em sair do local, os policiais lançaram spray de pimenta sobre os manifestantes, jogaram bombas de efeito moral e efetuaram prisões.


Glauber Braga foi levado para um ônibus do Batalhão de Choque com outros três estudantes. O grupo foi encaminhado à 18ª DP (Praça da Bandeira).


Confira (Reprodução / Redes Sociais):



Em meio ao clima de tensão, alguns estabelecimentos comerciais no Boulevard 28 de Setembro decidiram fechar por precaução. Os estudantes chegaram a incendiar pneus na Avenida Rei Pelé, impendido a circulação na via, para protestar contra a ação da PM. Até o momento, não há informações sobre feridos.

A deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), mulher do parlamentar, classificou a prisão como inconstitucional.


O PSOL do Rio de Janeiro emitiu nota dizendo que foram usados “bombas, caveirão e armas menos letais” contra o grupo de estudantes e que Glauber Braga estava no local para “proteção e defesa”, mas mesmo assim foi detido e encaminhado para uma delegacia. O PSOL fluminense informou que está prestando todo o apoio ao deputado.

Aeda da Fome


Os alunos que ocupam a Uerj desde desde julho protestam contra o corte de benefícios concedidos aos mais vulneráveis, para garantir sua permanência no curso e viabilizar a formação. Mudanças na obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil, prevista no Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda 038/2024) — batizado de "Aeda da Fome" — prejudicam mais de 5 mil estudantes.


Os alunos também denunciam atrasos nos pagamentos e dizem que foram pegos de surpresa, já que a proposta da atual reitoria, antes de ser eleita, era de manter os benefícios.


Entre as principais mudanças no Aeda estão a substituição do auxílio alimentação por refeição gratuita no bandejão para os cotistas; e a redução pela metade do auxílio ao material didático, que era pago duas vezes ao ano, a cada semestre, no valor de R$ 1,2 mil.

Sem acordo


A desocupação foi determinada após uma audiência de conciliação entre os alunos e representantes da Uerj que terminou sem acordo. As partes buscavam uma resolução para a questão da mudança nos critérios das bolsas de estudo. Segundo a Uerj, não houve consenso porque um grupo de alunos "mais radicalizados" teria interrompido as conversas com o uso de instrumentos de percussão.


Na terça-feira (17/9), a juíza Luciana Losada, da 13ª Vara de Fazenda, concedeu liminar solicitada pela universidade pedindo a desocupação. A determinação se baseia em provas de que a ocupação é indevida e prejudica o ensino na instituição. O descumprimento da liminar imposta pela Justiça acarreta em uma multa diária aos estudantes intimados.


Saiba mais:




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