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Dia da Unidade Nacional mobiliza milhares de pessoas na Rússia

Por Cíntia Xavier, correspondente do TODA PALAVRA em Moscou


A Rússia celebrou nesta terça‑feira, 4 de novembro, o Dia da Unidade Nacional com uma programação que combinou atos oficiais em Moscou e centenas de eventos regionais. Segundo o Ministério do Interior, 577,5 mil pessoas participaram de cerca de 1,5 mil atividades em mil localidades. Mais de 8,3 mil policiais atuaram na segurança e não houve registros de distúrbios, segundo o balanço divulgado pela representante do Ministério do Interior, Irina Volk.



No Kremlin, o presidente Vladimir Putin conduziu a cerimônia anual de condecorações “por contribuição ao fortalecimento da unidade da nação russa”. Entre os agraciados estiveram o patriarca Kirill, o enviado presidencial para cooperação cultural internacional Mikhail Shvydkoy e a viúva do escritor Aleksandr Soljenítsin. No discurso, Putin afirmou que, assim como em 1612, a ideia de unidade está ligada à preservação da soberania do país.


O presidente russo sublinhou o papel da diversidade cultural como cimento social do país.


“O desenvolvimento da diversidade etnocultural é a base para o respeito mútuo e a concórdia entre os povos da Rússia”, afirmou, destacando também a iniciativa educacional Grande Ditado Etnográfico e o jubileu do Conselho para a Cooperação com Associações Religiosas junto à Presidência.


Na mesma sessão, o presidente enfatizou a presença de convidados estrangeiros e a rede de simpatizantes do país:


“A Rússia tem muitos amigos dedicados… hoje, no Dia da Unidade Nacional, estão conosco destacados representantes dos meios intelectual, cultural e empresarial de diferentes Estados”, disse. Em seguida, acrescentou: “Somos gratos a todos os que veem na Rússia um parceiro confiável”, reiterando que Moscou está aberta a novos contatos mutuamente benéficos, ao desenvolvimento de vínculos em múltiplas frentes e ao intercâmbio cultural.


Ao citar nomes, Putin fez referência ao italiano Eliseo Bertolazi e ao alemão Justus Frantz, presentes entre os laureados. Segundo o balanço da própria cerimônia, estrangeiros receberam a Ordem da Amizade, e Justus Frantz foi mencionado entre os agraciados; mais tarde, o maestro alemão agradeceu publicamente pela distinção.


Contexto histórico do feriado


Instituído como feriado federal em 2005, o Dia da Unidade Nacional foi proposto pelo Conselho Inter-religioso da Rússia e rememora os acontecimentos de novembro de 1612, quando o levante popular liderado por Kuzmá Minin e Dmitri Pozharski expulsou as tropas polonesas de Moscou, pondo fim a um ciclo de desordem interna. A data é celebrada todos os anos em 4 de novembro e integra oficialmente o calendário de feriados do país.


Nos discursos deste ano, a narrativa histórica apareceu ligada a um fio condutor contemporâneo: a ideia de unidade como sinônimo de preservação da soberania e da identidade nacional. Esse enquadramento – recorrente em pronunciamentos oficiais sobre 1612 – ajuda a explicar o peso simbólico da data na comunicação do governo e a conexão com ritos cívicos e religiosos associados, como as referências a tradição ligada ao Ícone de Kazan.


Comemorações em todo o país


Ainda na capital, Putin visitou a exposição no Manege, onde lhe foi exibido o histórico Estandarte da Vitória, símbolo da rendição nazista em 1945. Mais tarde, o presidente se encontrou na Praça Vermelha com jovens voluntários e crianças de 9 a 17 anos de famílias de participantes da operação militar, em uma conversa informal marcada pelo tom cívico.


Estudantes da capital também participaram da ação Pishu tebe, geroi (escrevo a você, herói) e escreveram mais de 15 mil cartas a militares, além de recolherem e enviarem itens de ajuda humanitária, segundo o prefeito Sergey Sobyanin.


A programação cultural de Moscou teve um ponto alto no Centro Nacional “Rússia”, com o gala do festival “Mapa Musical Moderna da Rússia”. O evento reuniu representantes das 89 regiões e mais de 400 artistas; o hino foi executado sob regência de Yuri Bashmet. Composições inéditas homenagearam diversas regiões do país, e a noite terminou com uma canção dedicada à data. Uma mensagem de saudação do presidente aos participantes foi lida pelo secretário do Conselho de Segurança, Sergei Shoigu.


Nas regiões, a celebração assumiu formatos variados. No território de Primorie, a data foi marcada por festivais, feiras étnicas, oficinas culturais e competições esportivas. Em Vladivostok, um cortejo religioso em honra ao ícone de Kazan reuniu centenas de pessoas no centro da cidade. Houve também um festival patriótico com demonstrações e curso introdutório de pilotagem de drones para iniciantes.


Na área metropolitana de Moscou, o município de Khimki organizou um programa no Parque L. N. Tolstói, com encenação teatral sobre Minin e Pozharsky, desfile cívico e apresentações de escolas de artes e centros culturais locais. O feriado também serviu de pano de fundo para inaugurações. Em Vologda, foi revelado um monumento ao czar Ivan, o Terrível, na Praça do Kremlin; segundo o governo regional, 5,5 mil pessoas passaram pelo local durante a abertura da praça revitalizada.


Autoridades federais também divulgaram mensagens alusivas à data. O primeiro‑ministro Mikhail Mishustin afirmou que “tradições seculares de patriotismo” unem os povos da Rússia e ajudam a enfrentar ameaças externas. A porta‑voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, destacou o trabalho dos diplomatas na defesa dos interesses do país.


A data repercutiu também entre comunidades russas no exterior. Em Washington, o Centro Cultural Russo promoveu uma apresentação musical com repertório de Glinka e Rachmaninov, além de canto litúrgico atribuído a Ivan, o Terrível; houve ainda homenagem a uma dirigente de centro cultural no Alasca.

 
 
 

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