Eleições: Fachin pede que comunidade internacional fique 'alerta'
Discursando para embaixadores e chefes de missões diplomáticas nesta terça-feira (31), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, alfinetou Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que a integridade das eleições brasileiras tem de ser "demonstrada não por frases desconexas, mas por relatórios fundamentados".
Em seu discurso de abertura, o ministro convidou a comunidade internacional a estar "alerta contra acusações levianas", citando o "vírus da desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro". Embora não tenha citado diretamente o nome do presidente da República, ficou clara as referências sobre os ataques desferidos por Bolsonaro contra o sistema eleitoral e a ameaça de não aceitar o resultado das urnas eletrônicas.
Segundo Fachin, esse "vírus" tem efeitos sobre a saúde da vida democrática nacional e, "de maneira infundada e perversa, procura incessantemente denunciar riscos inexistentes e falhas imaginárias".
Bolsonaro é o principal propagador de ataques contra a Justiça Eleitoral, tendo dito no último dia 19 que a verdadeira democracia acontece "com votos contados" - colocando em dúvida, mais uma vez, a segurança e a eficiência do sistema de urnas eletrônicas utilizado no Brasil há 20 anos, incluindo o processo eleitoral de 2018 que o elegeu presidente.
Fachin ainda disse aos diplomatas que "é fundamental transmitir aos governos estrangeiros as informações corretas e completas sobre o processo eleitoral que se avizinha", razão pela qual o evento foi promovido.
"Este Tribunal Superior Eleitoral, e toda a Justiça Eleitoral, tem de trabalhar diuturnamente para desmentir boatos sobre o funcionamento do sistema eletrônico de votação e preservar a confiança que neele deposita a grande maioria da população. […] A integridade e fidedignidade das eleições brasileiras tem de ser demonstrada não por frases desconexas ou declarações vazias, mas por relatórios fundamentados de especialistas na matéria", afirmou.
No dia 17 de maio, o ministro anunciou que pretende trazer ao Brasil mais de 100 observadores de instituições internacionais para acompanhar as eleições de outubro.
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