Empresas que invadiram Esplanada têm histórico de ilegalidades

Empresários do agronegócio com histórico de trabalho escravo, crimes ambientais e conflitos com camponeses ajudaram a arquitetar - e a financiar - a invasão da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, enquanto manifestantes bolsonaristas pediam o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) no 7 de Setembro. As informações estão na reportagem dos jornalistas Leonardo Fuhrmann e Mariana Franco Ramos, no portal De Olho nos Ruralistas, após pesquisarem as marcas das empresas estampadas nos caminhões que participaram da invasão antidemocrática. A reportagem aponta ainda empresários do Grupo Jacto, do interior paulista, como sendo donos do dinheiro vivo distribuído junto com camisas verde-amarelas aos manifestantes dentro de um ônibus para participarem dos atos, como aparece em um vídeo que circulou nas redes sociais nos últimos dias.
Por trás das logomarcas nas laterais de cada carreta, a reportagem identificou várias histórias de ilegalidades, além de lobbies de seus donos junto a parlamentares no Congresso Nacional.
Entre eles, os da Dez Alimentos, de Morrinhos (GO), uma das maiores processadoras de tomate do Brasil. "O dono Paulo César Chiari e seus sócios foram processados há nove anos por submeterem trabalhadores rurais à condição análoga à de escravidão", diz a reportagem.
"Quem também esteve na Esplanada foi a ID Agronegócio, de Itaúna (MG), especialista em feno. Ao menos dois caminhões dela estavam na área invadida. A Sidersa é uma das siderúrgicas apontadas como responsáveis pela desestruturação do Cerrado na região Norte de Minas Gerais e pela expropriação de terras das comunidades tradicionais."
"A partida dos caminhões da ID Agronegócio de Minas para Brasília foi noticiada por O Estado de Minas, que registrou a fala ufanista de um dos caminhoneiros: “Pode preparar aí, Bolsonaro, estamos chegando em Brasília, e tá firme aí com o senhor”, afirmou. “Dia 7 de Setembro a onça vai beber água, pode preparar aí, Supremo”.
Os bovinos, equinos e muares da empresa são criados na Fazenda Pito Aceso, no município do centro-oeste de Minas Gerais. O comboio partiu no sábado (04), da Sidersa Siderurgia Santo Antônio, do mesmo dono: Igor Dornas Andrade.
Os geraizeiros (descendentes de indígenas e quilombolas que habitam regiões de transição para a Caatinga) são os principais atingidos pela monocultura de eucalipto. O conflito socioambiental envolvendo a Sidersa foi retratado em artigo da cientista social e pesquisadora Isabel Cristina Barbosa de Brito, da Universidade Nacional de Brasília (UnB).
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