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Estadão sustenta ameaça militar às eleições


General Walter Braga Netto nega que tenha condicionado eleições com o voto impresso (Marcelo Carmargo/A.Brasil)

Em nota assinada pelo general Walter Braga Netto, o Ministério da Defesa negou que o militar tenha feito ameaças às eleições de 2022, caso não haja voto impresso, como defende o presidente Jair Bolsonaro.

"O Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição", disse a pasta. "A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema", acrescentou.

Já o jornal Estado de S.Paulo, que publicou com exclusividade a ameaça, manteve as informações de que o ministro da Defesa procurou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para condicionar o processo eleitoral de 2022 com a implantação do voto impresso. Tanto Netto quanto Lira desmentiram a versão do jornal e negam que tenha ocorrido o diálogo.

De acordo com a revelação feita pelas Andreza Matais e Vera Rosa, em reportagem publicada no Estado de S. Paulo, "no último dia 8, uma quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político. O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica."

Ainda segundo a reportagem: "Lira considerou o recado dado por Braga Netto como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro. Teve uma longa conversa com ele, no Palácio da Alvorada. O presidente da Câmara disse ao chefe do Executivo que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. Líder do Centrão, bloco que dá sustentação ao governo no Congresso, Lira assegurou que iria com Bolsonaro até o fim, com ou sem crise política, mesmo se fosse para perder a eleição, mas não admitiria golpe."

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, em sua rede social, afirmou ter conversado com o ministro Braga Netto e com o deputado Arthur Lira e disse que ambos desmentiram, "enfaticamente", qualquer episódio de ameaça às eleições.

"Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia", escreveu Barroso, que tem defendido a todo instante a segurança das urnas eletrônicas e tem sido criticado por Bolsonaro, que chegou a dizer que não haveria eleição sem voto impresso, após os resultados desfavoráveis das recentes pesquisas sobre eleições 2022.

Já a nota do Ministério da Defesa foi vista por muitos como mais um recado em prol do voto impresso do que propriamente um desmentido da reportagem.

Confira a nota na íntegra do Ministério da Defesa.

"Em relação à matéria publicada em veículo de imprensa, no dia de hoje, que atribui a mim mensagens tentando criar uma narrativa sobre ameaças feitas por interlocutores a Presidente de outro Poder, o Ministro da Defesa informa que não se comunica com os Presidentes dos Poderes, por meio de interlocutores.

Trata-se de mais uma desinformação que gera instabilidade entre os Poderes da República, em um momento que exige a união nacional.

O Ministério da Defesa reitera que as Forças Armadas atuam e sempre atuarão dentro dos limites previstos na Constituição. A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira são instituições nacionais, regulares e permanentes, comprometidas com a sociedade, com a estabilidade institucional do País e com a manutenção da democracia e da liberdade do povo brasileiro.

Acredito que todo cidadão deseja a maior transparência e legitimidade no processo de escolha de seus representantes no Executivo e no Legislativo em todas as instâncias.

A discussão sobre o voto eletrônico auditável por meio de comprovante impresso é legítima, defendida pelo Governo Federal, e está sendo analisada pelo Parlamento brasileiro, a quem compete decidir sobre o tema.

Walter Souza Braga Netto

Ministro de Estado da Defesa"

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