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Rio é um dos locais mais infectados do mundo por Covid-19

Atualizado: 27 de ago. de 2020

Depois da flexibilização do isolamento social na capital e em outras cidades, o estado do Rio de Janeiro voltou a enfrentar alta no número de contaminações e de mortes por Covid-19. Com 15.560 óbitos confirmados desde o início da pandemia, o estado ocupa hoje mesmo nível que países impactados severamente pela doença.

Abertura do comércio no Rio / Agência Brasil

A alta é também atribuída ao atraso nos registros, resultado da nova metodologia adotada, mais abrangente. Os números evidenciam que o território fluminense é um dos lugares mais infectados do planeta neste momento.


Se fosse um país, o estado do Rio, com uma população de 17,2 milhões, ficaria em segundo lugar no número de mortes por milhão de habitantes, atrás apenas de San Marino, pequeno país com 34.232 pessoas e que registrou apenas 42 óbitos. Essa foi a conclusão dos pesquisadores do Covid-19 Analytics, grupo formado por professores da PUC-Rio e da Fundação Getúlio Vatgas (FGV).


"A gente levou em conta o dia epidemiológico de cada país para conseguir comparar no exato momento da pandemia — explica Marcelo Medeiros, professor de economia da PUC e coordenador da equipe.


Já em números absolutos, o estado do Rio ocupa atualmente a 13ª posição global em mortes, de acordo com a Universidade Johns Hopkins (EUA).


Analisando o número de casos, o estado figura em 21º lugar no ranking mundial, somando as 214.003 infecções registradas no último boletim divulgado pela Secretaria estadual de Saúde.

Praias cariocas lotadas na pandemia / Agência Brasil

Ao superar os 15 mil óbitos, o Rio de Janeiro se equipara a outras regiões duramente afetadas como a Lombardia, epicentro da doença na Itália (10 milhões habitantes / 16.857 mortes); e Nova Jersey, nos Estados Unidos (8,8 milhões de habitantes / 15.953 mortes).


Na opinião de especialistas, muitas vidas teriam sido poupadas se as autoridades tivesses tomado medidas mais eficazes para o controle da doença. Em entrevista ao Jornal O Globo, o infectologista Mario Roberto Dal Poz, professor do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), disse que o estado deixou de fazer o que a comunidade científica considera primário no controle de doença: identificar os casos através de testagem massiva, isolar e monitorar os infectados.


"O foco [no estado] foi a construção de hospitais, que hoje nem funcionam mais. Só que isso não é tudo. Não houve coordenação sanitária", disse o médico, que deixou o comitê científico que assessora o governo estadual após os escândalos de corrupção na Saúde.

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