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'Estamos chocados', diz China sobre veto dos EUA à resolução na ONU


Bomba explodiu próximo a escola em Gaza, levando pânico inclusive a 19 brasileiros (Frames: Shahed Albanna)

Após os Estados Unidos vetarem, no Conselho de Segurança da ONU, a resolução brasileira que poderia criar um corredor humanitário na Faixa de Gaza, reações críticas começaram a aparecer. É o caso da China, que também tem poder de veto no grupo. Para o representante permanente do país na entidade, Zhang Jun, a decisão é "chocante".


"Devemos dizer que estamos chocados. É difícil de acreditar. A resolução russa [também rejeitada nesta quarta-feira] foi dedicada à proteção dos civis, e muitos países a apoiaram. E depois também votaram contra essa resolução, explicando que era necessário dar tempo para considerar a resolução apresentada pelo Brasil. Os colegas concordaram com o pedido e adiaram a reunião", disse Zhang Jun.


Ao todo, 12 países foram favoráveis ao texto brasileiro, que tentava viabilizar o cessar-fogo para a criação de um corredor humanitário na zona de guerra, principalmente a Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. Além do Brasil e da China, apresentaram parecer positivo Albânia, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça, Emirados Árabes Unidos e até a França, aliada histórica de Israel.


Já a Rússia e o Reino Unido se abstiveram, e os Estados Unidos votaram contra pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel. O país ainda deverá justificar a decisão em até dez dias e pode ser questionado inclusive pela Palestina, que é membro observador na Organização das Nações Unidas (ONU).


"Nas últimas 40 horas, nenhuma objeção foi expressa ao projeto brasileiro, e esperávamos que hoje votassem a favor desta resolução. Os resultados da votação são difíceis de acreditar", acrescentou o representante chinês.


'Fizemos todo o esforço possível'

Após a votação, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse que ficou desapontado com a posição americana sobre o texto, que também previa a retirada de civis da zona de conflito. Conforme o chanceler, foi realizado 'todo o esforço possível' para a aprovação do projeto.

"Esse texto focava basicamente na cessão das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária e que também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária. Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução. Ficou clara a divisão de opiniões", disse a jornalistas após a reunião.


Além disso, Vieira lembrou que foram realizadas diversas consultas aos países entre a última sexta-feira (13) e o domingo (15) para construir a resolução.


Fonte: Agência Sputnik

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