EUA admitem atacar Brasil após primeiras condenações a Bolsonaro

Reprodução de vídeo

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (9), após ser perguntada sobre o Brasil, que o presidente Donald Trump "não tem medo" de usar o "poder econômico" e o "poder militar" para proteger a liberdade de expressão no mundo, em clara ameaça militar do governo Donald Trump, admitindo uma ação armada contra o país logo após as primeiras condenações a Jair Bolsonaro terem sido declaradas por dois ministros no julgamento do Supremo Tribunal Federal da tentativa de golpe de estado.

Respondendo a uma pergunta do jornalista trumpista Michael Shellenberger, ela admitiu que as sansões já adotadas pelos Estados Unidos contra o Brasil têm a ver com o julgamento de Bolsonaro e que as medidas norte-americanas contra a soberania brasileira podem sem ampliadas, chegando mesmo ao emprego do uso da força militar. A justificativa seria, nas palavras da porta-voz, a "defesa da liberdade".

"Eu não tenho nenhuma ação adicional para antecipar para vocês hoje, mas posso dizer que isso é uma prioridade para a administração e o presidente não tem medo de usar o poder econômico, o poder militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo."

Leavitt continuou a fala dizendo que o presidente Trump foi "censurado" — ao perder acesso às redes sociais após a invasão do Capitólio, em 2021 — e que a liberdade de expressão é "sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo".

"Tomamos medidas significativas em relação ao Brasil na forma de sanções e também aproveitando o uso de tarifas para garantir que países ao redor do mundo não estejam punindo seus cidadãos [com censura]."

Shellenberger não está entre os jornalistas presentes frequentemente nas coletivas de imprensa na Casa Branca e, ainda assim, recebeu o direito de fazer a primeira pergunta do dia, dando claramente a entender que a sua participação na coletiva estava previamente combinada. Começou elogiando de forma pusilânime e anti-profissional o governo de Donald Trump e atacando o judiciário brasileiro, em especial o ministro Alexandre de Moraes, como se pode ver no vídeo abaixo, divulgado em seu perfil no X pela jornalista brasileira Patrícia Vasconcellos, correspondente do SBT na Casa Branca e no Departaemtno de Estado. Veja, abaixo, o vídeo com dublagem de IA:

Quem é Michael Shellenberger

Segundo informações da Wikipedia, Michael Shellenberger é um jornalista norte-americano controverso, apoiador confesso de Donald Trump, que se diz ambientalista ao mesmo tempo em que defende abertamente o uso da energia atômica e afirma que o aquecimento global "não é o fim do mundo". Cientistas ambientais criticam os seus argumentos, tachando-os de "má ciência" e "imprecisos".

Em 4 agosto de 2025, o jornalista publicou um "dossiê" em que demonstra pretensamente que o Supremo Tribunal Federal (STF) criou uma força-tarefa ilegal para prender os manifestantes durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Os supostos documentos oficiais e conversas de WhatsApp querem levar a crer que o ministro Alexandre de Moraes criou um protocolo interno para investigar os perfis de redes sociais dos envolvidos nos ataques em Brasília para justificar as prisões. A operação seria coordenada por meio de um grupo no WhatsApp composto por servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do STF, entre eles o ex-assessor de Moraes, Eduardo Tagliaferro.