Evento do G20 reúne procuradores para debater crime organizado
Da Sputnik Brasil
Por Fabian Falconi
Acontece nestas segunda (21) e terça-feira (22) o encontro do PG20, a Cúpula dos Procuradores-Gerais dos países do G20. No Rio de Janeiro, as entidades debatem maneiras de melhorar a cooperação entre os países e combater o crime transnacional.
Capitaneado pelo Brasil, que ocupa a presidência deste ano do G20, a reunião foi liderada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em sua fala de abertura, o jurista destacou a crescente integração econômica entre os países e os desafios que surgem a partir disso.
"A expansão das fronteiras nos já produtivos blocos regionais decerto tornará mais eficiente a indispensável cooperação jurídica em um mundo que se aproxima pela técnica e pela intensificação do comércio, mas que também se torna mais exposto às forças desagregadoras da criminalidade organizada em seus múltiplos nefastos objetivos."
Estiveram presentes no evento 12 delegações de membros do G20: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Reino Unido, Rússia e União Europeia.
Oito países convidados pelo Brasil também enviaram seus representantes: Angola, Chile, Cingapura, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria e Noruega.
Ao todo, são 21 nações que, em ambos os dias, irão discutir propostas e compartilhar iniciativas bem-sucedidas de combate ao tráfico de drogas e de pessoas, aos crimes cibernéticos e ambientais, além do uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial, na promoção da Justiça.
A jornalistas, Gonet destacou o papel do combate à lavagem de dinheiro para "sufocar financeiramente essas organizações internacionais".
"É consenso que nenhum país sozinho pode combater a criminalidade mais perniciosa que existe, que é a organizada", sublinhou Gonet.
Criminosos não têm 'processos, regras e limites'
A preocupação de Gonet é também explicitada por Shamila Batohi, diretora-geral da Autoridade Nacional de Acusação (NPA, na sigla em inglês) da África do Sul, órgão equivalente ao Ministério Público Federal.
Com exclusividade à Sputnik Brasil, Batohi afirmou que, no próximo ano — quando a África do Sul assumir a presidência do G20 —, sua gestão do grupo de trabalho de procuradores-gerais deve dar atenção especial à cooperação informal entre as instituições dos países.
"Os sistemas formais de assistência jurídica mútua costumam ser complicados e demoram muito", disse a jurista. "Os criminosos não têm esses processos, regras e limites."
"Então, embora o processo formal seja importante, poderíamos melhorar a cooperação informal para garantir que possamos, pelo menos, alcançar as organizações criminosas porque, infelizmente, elas estão vencendo a batalha enquanto ainda estamos nos reunindo e conversando sobre coisas. Precisamos fazer mais e falar menos."
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