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Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez é preso em Madri


O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, suspeito de fraude bilionária (Reprodução)

A Polícia Federal informou que o principal investigado da Operação Disclosure deflagrada nesta quinta-feira (27), foi preso na manhã desta sexta-feira (28) em Madri, na Espanha.


O ex-CEO da empresa Americanas S.A. Miguel Gutierrez é apontado como um dos envolvidos na maior fraude da história do mercado financeiro do Brasil, que envolveu valores que chegam a R$ 20,3 bilhões da rede varejista. Ele foi capturado pela Interpol após a emissão de um mandado de prisão pela Justiça brasileira na quinta-feira (27).


A Polícia Federal solicitou à Justiça Federal a extradição do executivo. Gutierrez tem cidadania espanhola e estava no país europeu desde o ano passado.


A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, também alvo de mandado de prisão da Justiça brasileira, continua foragida no exterior.


De acordo com investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF), Gutierrez e Saicali são suspeitos de ter participado das fraudes no balanço da gigante varejista “desde o seu planejamento até a publicação dos resultados”. Os valores das fraudes contábeis chegam a R$ 20,3 bilhões.


A Polícia Federal afirmou, em seu pedido de prisões e buscas e apreensões contra ex-executivos da Americanas, que a cúpula da empresa não “media esforços para enganar o mercado financeiro” por meio de fraudes contábeis que escondiam os resultados negativos da varejista e garantiam lucros aos seus diretores.


“Documentos e planilhas eram falsificados, dívidas contraídas com os bancos eram escondidas do balanço e créditos inexistentes eram criados e lançados na contabilidade da companhia”, afirma a PF no pedido que resultou na Operação Disclosure, deflagrada na quinta-feira (27/6) contra 14 investigados. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça autorizou ainda o sequestro de bens e valores que somam mais de R$ 500 milhões.


“Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram”, informou a PF, por meio de nota.


As investigações, que contaram com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas, também tiveram a participação do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


Por meio de nota, o grupo Americanas informou que reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso “e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria”. De acordo com a empresa os ex-diretores manipularam, de forma intencional, os controles internos existentes. “A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”.

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