Ex-diretores da Americanas são alvos de mandados de prisão
Policiais federais cumprem desde o início da manhã desta quinta-feira (27) dois mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão contra ex-diretores da empresa Americanas. Eles são acusados de participação em fraudes contábeis que chegam a R$ 25,3 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).
Além dos mandados de busca e apreensão e de prisão, a Operação Disclosure também cumpre o sequestro de bens e valores dos ex-diretores investigados, que somam mais de R$ 500 milhões.
As ordens judiciais foram expedidas pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a partir de investigações da PF, do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Um dos mandados de busca e prisão preventiva refere-se ao ex-presidente da gigante varejista brasileira Miguel Gutierrez, que deixou o país logo após estourar o escândalo, em 11 de janeiro do ano passado. Com cidadania espanhola, além de brasileira, Gutierrez mudou-se para a Espanha, enquanto as investigações continuam no Brasil.
O outro mandado de prisão é contra a ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali. A executiva foi afastada, assim como os outros diretores, depois da revelação das fraudes contábeis, que virou inclusive alvo de CPI da Câmara dos Deputados no ano passado.
De acordo com as investigações, Saicali transferiu para seu filho, 20 dias antes de estourar o escândalo, as quotas de uma empresa com patrimônio de R$ 13 milhões.
Em comunicado divulgado ao mercado pela nova gestão da companhia em 13 de junho do ano passado, Saicali foi apontada como uma das participantes da fraude, ao lado do ex-CEO da empresa Miguel Gutierrez e dos ex-diretores José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, além de outros executivos.
De acordo com a PF, as investigações tiveram a colaboração da atual diretoria da empresa. Os policiais apuraram que os então diretores da Americanas “praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos”.
As investigações também constataram “fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram”, informa nota da PF.
Os investigados deverão responder pelos crimes de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
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