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Fakenews: STF busca financiadores do "Gabinete do Ódio"


O empresário Luciano Hang, dono da Havan, seria um dos possíveis financiadores de fakenews (Reprodução)

Em sua decisão de busca e apreensão nos endereços de pessoas suspeitas de fazerem ataques e ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes determinou também a quebra do sigilo bancário e fiscal de quatro pessoas, entre elas Luciano Hang, dono da Havan, e Edgar Gomes Corna, dono da Smart Fit, que podem ter ajudado a financiar a desinformação e "a quebra da normalidade institucional e democrática", segundo o ministro. A quebra de sigilo inclui o período entre julho de 2018 e abril de 2020, abrangendo, portanto, a fase pré-eleitoral das eleições de 2018.

"Ressalte-se, também, que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, conforme os indícios constantes dos autos, inclusive nos depoimentos dos parlamentares federais Nereu Crispim, Alexandre Frota e Joyce Hasselmann, atuariam de maneira velada fornecendo recursos – das mais variadas formas –, para os integrantes dessa organização", relatou o ministro na decisão.

De acordo com Alexandre Moraes, essas pessoas são "possíveis responsáveis pelo financiamento de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo difamante e ofensivo ao Supremo Tribunal Federal; bem como mensagens defendendo a subversão da ordem e incentivando a quebra da normalidade institucional e democrática".

Moraes citou o "gabinete do ódio", que, segundo denúncias de ex-aliados de Bolsonaro, como os deputados Alexandre Frota e Joyce Hasselmann, atuaria alinhado ao clã Bolsonaro.

"As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como 'Gabinete do Ódio', dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática", escreveu Moraes no mandado.

Liberdade de expressão com responsabilidade

Ao participar de um evento sobre liberdade de imprensa e segurança dos jornalistas nesta quarta-feira (27), Alexandre de Moraes defendeu a punição de quem "ferir a Constituição, praticar discurso de ódio, praticar crimes ao exercer sua liberdade".

De acordo com o ministro, redes sociais como WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram, chegam mais proximamente à população e "não têm a mesma responsabilidade das tradicionais formas da imprensa".

"Liberdade com responsabilidade, o que às vezes é esquecido no tema da liberdade de livre expressão. Se a notícia for direcionada para macular a honra de alguém, se for para influenciar questões eleitorais, o TSE tem casos correndo sobre isso, inclusive sobre disparo de WhatsApp nas eleições", afirmou o ministro.

"Temos que conseguir aplicar nas mídias sociais o binômio liberdade com responsabilidade da mesma forma que é historicamente aplicado aos meios tradicionais de mídia, como televisão, rádio, jornais e revistas", acrescentou.

Ao comentar ataques contra profissionais da imprensa através das redes sociais, o ministro do STF afirmou que "essas milícias digitais pretendem coagir a imprensa profissional em sua liberdade de manifestação, de crítica".

"Se você ameaça, amedronta os que vão veicular as notícias, de forma instrumental, você está afetando a liberdade de imprensa, está facilitando que somente fake news cheguem à população. Você constrange aqueles que exercem a profissão", completou.


Com Sputnik Brasil

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