Fala transfóbica de deputado bolsonarista vai parar no Supremo

O discurso transfóbico do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), usando uma peruca na tribuna da Câmara na quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, provocou graves reações, de dentro e de fora do Congresso. Por conta das declarações preconceituosas, Ferreira se tornou alvo de ações na Justiça e de pedidos de cassação do seu mandato. As deputadas Tabata Amaral (PSB-SP), Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e Maria do Rosário (PT-RS) foram das primeiros a reagir à violência do bolsonarista, acionando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho de Ética da Câmara. O ex-deputado estadual Waldeck Carneiro também reagiu com indignação contra "ideias tão abjetas", e recorda que o "STF já equiparou na esfera penal, a homofobia e a transfobia ao crime de racismo" e pede "cassação já!".

A pretexto de falar sobre o Dia Internacional da Mulher, o bolsonarista usou uma peruca e afirmou, entre ironias, que se "sentia mulher" tendo "lugar de fala" para discursar sobre a efeméride.

"Hoje, me sinto mulher. Deputada, Nicole. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres. Para vocês terem ideia do perigo que é isso, eles estão querendo colocar a imposição de uma realidade que não é a realidade", disse o parlamentar.

Tabata Amaral chegou a chamar o deputado do PL de "moleque". "Estamos falando de um homem que no Dia Internacional das Mulheres tirou nosso tempo de fala para fazer uma fala preconceituosa, criminosa, absurda e nojenta. A transfobia ultrapassa a liberdade de discussão que é garantida pela imunidade parlamentar", disse na tribuna.

Pelas redes sociais, Tabata confirmou que entrou com uma notícia-crime contra o bolsonarista.

"Enviamos uma notícia-crime ao STF pela fala transfóbica do Nikolas Ferreira! Vamos acionar todos os meios legais para dar um BASTA. Transfobia é CRIME! Tá na lei. Enquanto não formos intolerantes contra o ódio, nosso país seguirá sendo o que mais mata pessoas trans no mundo", escreveu Tabata em seu perfil oficial no Twitter..

O Ministério Público Federal acionou a Câmara dos Deputados para que a Casa investigue o discurso transfóbico do deputado.

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