Flávio e Queiroz são denunciados ao Órgão Especial TJ-RJ
Atualizado: 5 de Nov de 2020

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz foram denunciados ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na investigação sobre a chamada rachadinha da Alerj.
A denúncia, por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, foi oferecida à Justiça do Rio em 19 de outubro, mas, como o desembargador-relator estava de férias, a peça só chegou a ele na última terça-feira (3), segundo publicou o Estadão.
Flávio foi apontado como líder de organização criminosa e Queiroz como operador de um esquema ilegal que funcionou por mais de uma década no gabinete do então deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, caso que começou a ser investigado em 2018, após a identificação de uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. Ao final, o MP apurou desvios de mais de R$ 7 milhões, dezenas de transações imobiliárias suspeitas e o envolvimento de parentes de Bolsonaro no esquema criminoso.
A investigação revelou um esquema no qual assessores, efetivos ou fantasmas, eram nomeados mas devolviam grande parte de seus salários para Fabrício Queiroz, que atuava, segundo os investigadores, sob orientação de Flávio. Além deles, outras 15 pessoas foram denunciadas, dentre as quais a mulher do senador, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, a mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, e as filhas, Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz, que foram lotadas no gabinete de Flávio Bolsonaro e faziam repasses de dinheiro no esquema da rachadinha.
Os acusados terão 15 dias para apresentar uma resposta à denúncia.
Na tentativa de livrar o primogênito das acusações, o presidente Jair Bolsonaro fez reunião fora da agenda oficial para discutir com o Gabinete de Serviço de Inteligência da presidência da República dados sobre informações de relatórios de investigação fiscal do Coaf que citavam Flávio.
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