Folhas secretas: MP pede cassação da chapa de Castro
O Ministério Público Eleitoral deu um parecer nesta terça (2/4) pedindo a cassação da chapa do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e de seu vice, Thiago Pampolha (MDB), eleitos em 2022. No parecer, as procuradoras Neide Cardoso de Oliveira e Silvana Batini opinam pela cassação e pela declaração de inelegibilidade de ambos por oito anos, a contar de 2022.
"Não se mais discute aqui o fato de que a máquina pública foi manejada em ano eleitoral, com evidente desvio de finalidade. A ampliação e alteração dos projetos, a forma como foram executados de molde a beneficiar eleitores e cabos eleitorais demonstra de forma evidente que o poder de autoridade foi usado em prol da alavancagem da candidatura dos dois primeiros Investigados (Castro e Pampolha)", diz o parecer.
O documento foi incluído em uma ação movida pelo candidato derrotado ao Governo do Estado e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), que alega que a chapa cometeu abuso de poder político e econômico nos escândalos das "folhas secretas" da Ceperj (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Divulgação
À época, os casos revelados pelos jornalistas Rubem Berta e Igor Mello, do UOL, mostraram que as duas instituições fizeram milhares de contratações sem transparência em ano eleitoral, incluindo a contratação de cabos eleitorais de Cláudio Castro e seus aliados. Os nomes dos contratados só foram conhecidos após solicitações do Ministério Público do Rio e do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio). No caso da Ceperj, o MP constatou que foram realizados saques em dinheiro vivo de mais de R$ 200 milhões em ano eleitoral.
O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio) deve concluir o julgamento da ação movida por Freixo nas próximas semanas. Em dezembro do ano passado, o MP já havia pedido, em outra ação própria, a cassação de Castro e mais 11 aliados por abuso de poder político e econômico.
O governador Cláudio Castro se pronunciou em nota, afirmando que "confia na Justiça Eleitoral e acredita que será respeitada a vontade de quase 5 milhões de eleitores que deram ao governador a vitória nas urnas em primeiro turno". Disse, também que "é lamentável que o então adversário Marcelo Freixo não aceite, passado um ano e meio do processo eleitoral, a decisão soberana da população fluminense".
*Com informações do UOL
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