Futuro embaixador do Brasil na ONU quase foi trocado por Crivella
Ao executar uma grande renovação no quadro diplomático do país interna e externamente, o Itamaraty anunciou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o diplomata Sergio Danese para ocupar o cargo de embaixador do Brasil na ONU.
Atualmente, Danese ocupa o cargo de embaixador brasileiro no Peru, mas já foi secretário-geral das Relações Exteriores (2015-2016) e chefiou as Embaixadas do Brasil na Argélia (2005-2009), na Argentina (2016-2020) e na África do Sul (2021). Entretanto, sua designação ainda será submetida à apreciação do Senado.
A passagem do diplomata brasileiro pela África do Sul durou menos de um ano – o que no meio diplomático é observado com certa rejeição -, uma vez que Danese foi retirado do posto antecipadamente no governo de Jair Bolsonaro, numa tentativa do ex-presidente de emplacar o bispo Marcelo Crivella - um não diplomata e ficha suja - como o representante brasileiro no país, para atender a interesses da igreja do bispo Edir Macedo no continente africano. Naquela ocasião, o ex-prefeito do Rio sequer podia sair do país. Acusado de corrupção e preso por ordem do Superior Tribunal de Justiça, havia uma proibição judicial e seu passaporte estava apreendido, medidas só revogadas dois meses depois, em agosto de 2021.
No entanto, o governo sul-africano não aceitou a troca e, por meses, o cargo ficou vago.
Já na ONU, o cargo estava sendo ocupado por Ronaldo Costa, que teve como função adotar várias das políticas ditadas pela ala mais radical do governo anterior. Mas o novo chefe da chancelaria, Mauro Vieira, sinalizou que era necessário ter uma pessoa de sua confiança nas Nações Unidas, assim como para outros postos considerados como estratégicos.
No começo de janeiro, tanto o embaixador do Brasil em Washington como a cônsul brasileiro em Nova York, vistos como simpáticos ao bolsonarismo, foram exonerados, assim como o embaixador em Tel Aviv.
Com a Sputnik Brasil
