Garimpo em áreas indígenas da Amazônia cresceu 361% em seis anos
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Garimpo em áreas indígenas da Amazônia cresceu 361% em seis anos


As ocupações feitas por garimpos na Amazônia brasileira abrangem cerca de 241 mil hectares, equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de Belém, capital do Pará.


Entre essa extensão, 25 mil hectares correspondem a áreas de 17 terras indígenas (TIs), conforme revelado por um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), divulgado nesta sexta-feira (26).


O estudo investigou a atividade mineradora na região ao longo de 37 anos, de 1985 a 2022, destacando o período entre 2016 e 2022 como o de maior impacto, com um aumento de 361% na presença de garimpos em terras indígenas. Notavelmente, a maioria das atividades mineradoras que afetam os povos originários da Amazônia (78%) teve início nesse período.


Em apenas seis anos, o avanço do garimpo na Amazônia aumentou 12 vezes em extensão, enquanto nas TIs específicas as áreas invadidas cresceram 16 vezes.


À Agência Brasil, Martha Fellows Dourado, uma das pesquisadoras, expressou surpresa com esse resultado, destacando que em algumas TIs, como a Kayapó, houve aumento de 1.339% nesse curto período.


"Em algumas terras indígenas, o aumento foi muito expressivo. Por exemplo, a TI Kayapó teve um aumento de 1.339% nesse curto período. A gente já trabalhava com a hipótese de crescimento do garimpo nessas áreas, mas não imaginava que iria ser tão agressivo", ressalta Fellows Dourado.


O impacto se estende aos rios que cortam as reservas, sendo afetados pela atividade garimpeira. Segundo os pesquisadores, 122 TIs foram alcançadas pelas águas dos rios utilizados pelo garimpo, somando 139 povos indígenas que enfrentam as consequências, como rios assoreados, morte de animais e contaminação da água e da vegetação pelo mercúrio, usado na extração do ouro.


A pesquisadora explica que a equipe também analisou outros estudos para compreender melhor o alcance do impacto do garimpo nas águas: "O garimpo tem um impacto direto na saúde indígena, documentado em um estudo da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz], que mostra a contaminação pelo consumo de peixes e água. Além disso, outros estudos indicam que o mercúrio contaminado é incorporado à vegetação, sendo liberado na atmosfera durante incêndios em períodos secos e se dispersando por correntes de ar, alcançando áreas ainda mais distantes."

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