Gil sobre insultos de bolsonaristas no Catar: 'Coisa estúpida'
Imortal da Academia Brasileira de Letras, o cantor, compositor e escritor Gilberto Gil, de 80 anos de idade, foi alvo de ataques de bolsonaristas enquanto acompanhava a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo, na última quinta-feira (24). Neste domingo (27), após toda repercussão, Gil publicou um vídeo no Instagram se pronunciando pela primeira vez sobre o episódio, que chamou de "coisa estúpida".
Os ataques ocorreram no momento em que Gil, acompanhado da esposa Flora Gil, se acomodava na arquibancada do Estádio Lusail, em Doha (Catar). Eles foram abordados pelos seguidores do presidente Jair Bolsonaro (PL) com palavrões e frases como "Vamo, Lei Rouanet" e "Vamo, Bolsonaro". Um vídeo do momento em que o cantor é hostilizado ganhou repercussão nas redes sociais.
"Nossos agradecimentos, meus e da Flora por essa solidariedade, essa corrente solidária diante dessa agressão, essa coisa estúpida. É o terceiro turno, na verdade, os inconformados querendo manter essa coisa do ódio e da agressividade", disse Gil no vídeo, em meio a uma corrente de apoio de amigos e famosos, como o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
"Gilberto Gil é um dos maiores brasileiros da história. Nosso solidário abraço aos amigos
@gilbertogil @Floragil2222", escreveu Lula, replicando mensagem da futura primeira-dama Janja Lula Silva, que assinalou: "Ligamos para @gilbertogil e @Floragil2222 manifestando nossa solidariedade e indignação pela agressão sofrida no Qatar. Gil é patrimônio da música brasileira e merece todo nosso respeito e reverência, Q o agressor seja identificado e responda pelo seu ato."
Um dos agressores foi identificado: trata-se de um empresário bolsonarista chamado Renier Felipe dos Santos, que é sócio das franquias Domino's e Spoleto, instaladas no Terrado, em Volta Redonda. No vídeo, ele pode ser visto usando um chapéu e uma camisa do Brasil com o nome Papito Rani nas costas.
Gilberto Gil também foi embaixador da ONU para agricultura e alimentação, e ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, durante partes dos dois mandatos de Lula, agora eleito presidente pela terceira vez.
