Grupo formado por militares tinha preços para espionar ou matar autoridades
- Da Redação
- há 1 dia
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A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (28) cinco integrantes de uma “agência de extermínio” que cobrava até R$ 250 mil para monitorar autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo a PF, a quadrilha, composta por militares (da ativa e da reserva) e civis, seria dedicada “à prática de crimes graves, especialmente espionagem e homicídios sob encomenda”. Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
Um documento apreendido pela Polícia Federal fundamentou as prisões. Está sob posse dos investigadores uma lista dos serviços oferecidos pelo grupo autodenominado C4, sigla para "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos". A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.

Segundo a PF, o grupo fazia uso de drones e prostitutos e prostitutas como estratégia de espionagem e mantinha uma tabela de preços de acordo com o perfil dos alvos: R$ 50 mil para atuar contra “figuras normais”, R$ 100 mil contra deputados, R$ 150 mil contra senadores e R$ 250 mil contra “ministros/Judiciário”
O documento aponta custos previstos como “utilização de garotas e garotos de programa - iscas”, “material de disfarce – perucas, bigodes etc” e dois drones, além de carros com placas frias.
Informações divulgadas pela CNN Brasil dão conta de que os nomes dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo, aparecem nas anotações.
A PF ainda investiga se os valores anotados eram apenas para espionagem ou envolviam outros serviços. Em conversas de WhatsApp, o grupo de militares e civis também falava sobre execuções. Eles diziam ter especialistas e equipe de inteligência nacional e pessoas relacionadas à Receita Federal para prestar os serviços. Também diziam ter armamento pesado, inclusive fuzis com silenciador e lança rojão.
Em nota, o senador Rodrigo Pacheco disse externar “repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil, com a descoberta de um grupo criminoso, conforme investigação da Polícia Federal, que espiona, ameaça e constrange, como se o país fosse uma terra sem leis”.