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Hacker diz à PF que Zambelli pediu invasão a telefone de Moraes


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O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) (Reprodução)

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (2) o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter invadido e divulgado informações dos telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato, dando origem à "Vaza Jato".


Em depoimento na PF, Delgatti confirmou ter participado de uma trama engendrada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) que mirava o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na PF, Delgatti disse que recebeu pagamentos da deputada bolsonarista para prestar serviços cibernéticos, e que a parlamentar pediu que ele invadisse o telefone celular e o e-mail do ministro do Supremo.


De acordo com a Folha de São Paulo, dados de transações financeiras entregues à Polícia Federal por Delgatti mostram que pessoas próximas à deputada repassaram R$ 13,5 mil ao hacker.


"Verifica-se que, do montante de R$ 13.500,00, a quantia de R$ 10.500,00 foi enviada por Renan Goulart, valendo-se de 3 transferências bancárias via PIX; e que o valor de R$ 3.000,00 foi enviado, numa única transferência bancária via PIX, por Jean Vilela", diz a PF.


Segundo a PF, Goulart é servidor comissionado da Assembleia Legislativa de São Paulo, lotado no gabinete de Bruno Zambelli, irmão da deputada. Jean Vilela é secretário parlamentar no gabinete da própria Carla Zambelli.


Antes, a parlamentar teria solicitado a invasão à urna eletrônica ou aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Delgatti, porém, declarou não ter conseguido acesso aos sistemas eleitorais.


Segundo a PF, no depoimento, Delgatti contou ter se encontrado com a deputada em um posto de gasolina na Rodovia Bandeirantes, em setembro de 2022, e que ela lhe teria dito “que, caso o declarante conseguisse invadir os sistemas, teria emprego garantido, pois estaria salvando a Democracia, o País, a liberdade”. A parlamentar é uma das principais aliadas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Delgatti afirmou ainda ter se encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro no ano passado, no Palácio da Alvorada, onde foi questionado sobre a possibilidade de invasão da urna eletrônica. De acordo com a Polícia Federal, ele explicou que “isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá”. Tal visita já havia sido revelada pela revista Veja.


Em seguida, Delgatti disse ter invadido o Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para forjar soltura de presos e emitir mandado de prisão contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e que a própria Zambelli redigiu o mandado falso de prisão contra Moraes. O acesso ao sistema teria sido feito por meio de uma credencial eletrônica roubada.


Na decisão em que autorizou a prisão preventiva de Delgatti, em Araraquara (SP), nesta quarta-feira, Moraes cita a reportagem de Veja, com áudios segundo os quais o hacker diz ter contactado funcionários da operadora TIM com o objetivo de invadir o chip do celular do ministro, mas que estes não teriam topado seguir adiante. O magistrado também ordenou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão contra Zambelli, três no Distrito Federal e dois em São Paulo.


A PF também investiga a inserção de 10 alvarás de soltura no sistema do CNJ, em benefício de criminosos espalhados pelo país. Cada inserção corresponde a ao menos um crime de falsidade ideológica, destacam os investigadores.


"Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes", diz material da Polícia Federal.


Delgatti é conhecido como hacker da Vaza Jato, por seu envolvimento no vazamento de trocas de mensagem entre o ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato Sergio Moro e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol. Os dados revelados por Delgatti reforçaram os argumentos dos críticos da Lava Jato que acusam a operação de ter se guiado por objetivos políticos, desrespeitando o devido processo legal e o princípio da imparcialidade do Judiciário. O caso culminou na anulação de diversas condenações judiciais.


Deputada nega

Zambelli negou ter pagado o hacker para invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça e de outros tribunais. Ela conversou com a imprensa nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados e disse que está à disposição da Justiça.


A parlamentar disse que conheceu o hacker saindo de um hotel e que teria apresentado ele ao presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Zambelli disse que o hacker queria oferecer os serviços dele ao PL para participar de uma auditoria nas urnas eletrônicas. Porém, Zambelli disse que o negócio não foi fechado.


Sobre o encontro com o então presidente da República, Zambelli disse que Bolsonaro apenas queria saber a opinião do hacker sobre a segurança da urna eletrônica devido ao conhecimento de Delgatti sobre tecnologia da informação.


 
 
 

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