Heleno queria "virar a mesa antes das eleições”
Em reunião golpista convocada por Bolsonaro no dia 5 de julho de 2022, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defendeu que o governo deveria “virar a mesa” antes da eleição para garantir a reeleição de Jair Bolsonaro. Heleno afirmou que os órgãos do governo deveriam “agir contra determinadas instituições”. Nesta quinta (8/2), a Polícia Federal realizou operação contra ele, que é um dos alvos de 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.
A gravação em vídeo da reunião foi apreendida no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo relatório da PF, a reunião comandada pelo ex-presidente foi feita com a “alta cúpula do governo federal” e contou com a presença dos ministros Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), Walter Braga Netto (então chefe da Casa Civil) e o chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes.
A PF afirma que todos os membros do encontro eram investigados e usaram a ocasião para “reforçar aos presentes a ilícita desinformação contra a Justiça Eleitoral, apontando o argumento de que as Forças Armadas e os órgãos de inteligência do Governo Federal detinham ciência das fraudes e ratificavam a narrativa mentirosa apresentada pelo então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”.
No vídeo da reunião golpista, o general Augusto Heleno foi enfático:
“Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, garantiu ele. “Vai chegar a um ponto que nós não vamos poder mais falar. Nós vamos ter que agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”, afirmou.
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