Indústria bélica dos EUA tem lucro crescente com conflito ucraniano
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Indústria bélica dos EUA tem lucro crescente com conflito ucraniano


(Foto: Wikimedia Commons)

Nesta segunda-feira (13), o Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) publicou novos dados sobre o mercado internacional de armamentos, atestando o aumento da importação europeia de equipamentos bélicos.


De acordo com os dados, as importações de armamentos da Europa cresceram 47% no período entre 2018 e 2022, quando comparado ao período de 2013 a 2017. Em 2022 a Ucrânia ascendeu ao posto de primeiro importador europeu, um salto do 14º lugar que ocupava no período 2013-2017.


Já o aumento das importações de armas entre os países da OTAN foi de 65% entre os dois períodos estudados. A tendência de alta tende a se manter no médio prazo, se considerados os programas nacionais de rearmamento em vigor nos países da aliança do Atlântico Norte. Países como a Polônia reforçaram de maneira significativa suas intenções de compra para o futuro próximo, notou o relatório do SIPRI.


De acordo com a vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da UFSC, Graciela De Conti Pagliari, as exportações dos EUA para a Europa devem se manter em alta ao longo de 2023.


"Com o conflito na Europa, a tendência é de que os países europeus se armem mais, buscando fortalecer suas estratégias de defesa. E, com isso, a indústria bélica norte-americana aumentará suas exportações", disse Pagliari à Sputnik Brasil.


O principal fornecedor de armas à Europa são os EUA, que atendem a 56% da demanda, seguidos pela Rússia, com participação de 5,8% e pela Alemanha, com 5,1%.


O impacto das transferências de armas dos Estados Unidos para a Ucrânia, no entanto, foi limitado, uma vez que constituem "armamentos menos avançados e sobretudo equipamento militar de segunda mão oriundo dos estoques dos EUA", versa o relatório do SIPRI.


A sede por equipamentos bélicos do velho continente contrasta com a queda nas importações nas demais regiões do mundo. As importações da África sofreram queda de 40%, das Américas de 21% e da Ásia em 8,8%. Até mesmo o Oriente Médio, anteriormente considerado o "barril de pólvora" do mundo, diminuiu suas compras em 8,8%.


No entanto, países do Oriente Médio como Arábia Saudita e Catar se mantêm como segundo e terceiro maiores importadores mundiais de armamentos, em função do alto valor de seus pacotes de compras. A Índia segue liderando o ranking mundial de importadores, com compras realizadas principalmente de Rússia, França e EUA.


Principais fornecedores

Os dados do SIPRI ainda revelam que os EUA consolidam sua posição de maior exportador mundial de armas, com aumento de sua participação em 14% entre os períodos de 2013-2017 e 2018-2022. Os principais clientes dos EUA durante o período mais recente foram Arábia Saudita, Japão e Austrália.


A Rússia exportou armas para 47 países e respondeu por 16% do mercado global, o que a mantém como segunda maior fornecedora mundial de armamentos. No entanto, a participação russa no mercado global declinou em 31% entre os dois períodos analisados.

Caça-bombardeiro russo Su-34 (Foto: Vitaly Timkiv/Sputnik)

Para Pagliari, o conflito ucraniano leva a Rússia a focar nas suas demandas internas, reduzindo o foco da indústria do país nas exportações.


"[A Rússia] precisa garantir o seu suprimento, uma vez, que, ao que tudo indica, o conflito está longe de finalizar", considerou Pagliari. "Além disso, à Rússia foram impostas sanções em face da guerra que são cada vez mais significativas. Estes fatores ajudam a explicar a queda nas exportações russas."


Clientes fiéis da Rússia como Índia, China e Egito podem não ser o suficiente para conter o avanço da França, que aumenta suas exportações mundiais e se aproxima do segundo lugar no ranking mundial.

"A França tende a se beneficiar [...] da retração das vendas da Rússia", considerou Pagliari. "Por isso ela teve um crescimento exponencial no percentual de vendas, inclusive de armamentos de significativo valor como aviões e navios."


A especialista ainda nota que parte das entregas contratadas à França não são imediatas, e por isso "a tendência é que Paris mantenha um padrão de aumento de suas exportações".


Além da Rússia, as exportações de China e Alemanha sofreram refluxo no período 2018-2022. Mesmo assim, os cinco principais exportadores mundiais de armas – EUA, Rússia, França, China e Alemanha – ainda têm posição destacada, atendendo a 76,4% da demanda total do mercado.


Brasil exportador

O Brasil consta no relatório do SIPRI tanto como país exportador, como importador de armamentos. De acordo com os novos dados, o Brasil foi o segundo maior importador do continente americano, com 16% do total regional.


As importações brasileiras cresceram em 48% no período 2018-2022, quando comparado com o período 2013-2017. Os principais fornecedores da potência sul-americana foram França, Reino Unido e Suécia – país com o qual o Brasil mantém programa de importação de caças.


No entanto, o Brasil também figurou como o 23º maior exportador de armas do mundo, vendendo para parceiros como França, Nigéria e Chile.

Avião de reabastecimento aéreo Embraer KC-390 (Foto: Embraer)

De fato, a Indústria de Produtos de Defesa brasileira bateu recorde de exportações em 2021, atingindo US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 8,7 bilhões), um acréscimo de 87,2% em relação ao ano de 2018.


O aumento condiz com as metas da Política Nacional da Base Industrial de Defesa, publicada em agosto de 2022, que prevê as exportações como vetor para o desenvolvimento do setor brasileiro.

A Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) Guarani (Reprodução/Exército Brasileiro)

Dentre os produtos mais vendidos pelo Brasil estão as munições, sistemas de artilharia, material não letal para controle de distúrbios e aeronaves de alto valor agregado produzidas pela Embraer.


Nesta segunda-feira (13), o Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) atualizou seus dados referentes a transferências internacionais de armamentos para incluir o período entre 2018 e 2022. Baseado em Estocolmo, o instituto providencia dados sobre gastos militares, comércio de armamentos, desarmamentos e controle de armas desde 1966.


Fonte: Agência Sputnik

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