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Candidata a vice-prefeita de Niterói é esperança da vela em Paris

Atualizado: 3 de ago.

Por Mehane Albuquerque


Em Paris para disputar os Jogos Olímpicos, a candidata a vice na chapa de Rodrigo Neves para a prefeitura e velejadora niteroiense, Isabel Swan, começa nesta sexta-feira (2/8) a disputa por medalha ao lado de Henrique Haddad, o 'Gigante', na Classe 470 mista. Ontem (quinta, 1/8), o vento do verão europeu estava fraco e as regatas do dia foram canceladas na raia olímpica de Marselha, no sul da França.

A exceção ficou por conta da Classe IQFoil (Windsurf), que definiu o grupo de 10 classificados para a fase mata-mata. Mateus Isaac, atleta do Brasil na IQFoil e campeão dos Jogos Pan-americanos de Santiago, em 2023, acabou na 16ª colocação e não passou para a etapa seguinte.


Sopro de esperança


Entre as mulheres da vela brasileira, Isabel Swan é um sopro de esperança, depois que outra niteroiense, Martine Grael, ao lado da proeira Kahena Kunze, não conseguiu repetir o sucesso nas Olimpíadas passadas, quando a dupla fez história conquistando o Ouro na Rio 2016 e em Tóquio 2020, na Classe 49erFX.


Martine e Kahena se despediram da competição e do pódio nesta sexta-feira (2/8), com desempenho atípico, mas sem perder a garra. As meninas brasileiras fecharam a competição com honroso quinto lugar e 112 pontos na Medal Race.

Nas redes sociais, elas agradeceram à torcida:


"Sabemos que demos o melhor que tínhamos durante esse último ciclo olímpico e nos sentimos muito gratas por termos vivido mais essa trajetória”, escreveram.


Também na Classe 49erFX, outro niteroiense, Marco Grael, irmão de Martine — ambos filhos do velejador e medalhista Torben Grael — em dupla com Gabriel Simões, terminou na 19ª posição. Fora, portanto, da classificação para a regata de medalha.


O Brasil ainda tem outros quatro barcos em Marselha. Na Classe Laser Radial feminina (ILCA 6), com Gabriella Kidd; na Classe Laser masculina (ILCA 7), com Bruno Fontes; na Classe Nacra 17, com João Siemsen e Marina Arndt, além da Fórmula Kite, representada por Bruno Lobo.

'Bel e Giga'


A competição na Classe 470 mista começa nesta sexta (2/8) e terá um total de dez regatas, com previsão de duas por dia até a Medal Race, na próxima quarta-feira, dia 7 de agosto.


Isabel Swan e Henrique Haddad são atletas experientes. Filha do velejador Robert Swan, Isabel começou cedo a praticar o esporte nas águas de Niterói e passou por várias classes até chegar à 470. Em 1999, aos 15 anos, já disputava, como proeira do pai, o Campeonato Mundial da Classe Tornado, em Búzios.


Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-graduada em Gestão de Projetos pelo Ibmec, ela foi campeã sul-americana em 2015 e da Copa Brasil em 2016 e 2017. Na Olimpíada do Rio, em 2016, chegou à final na classe Nacra 17. O ponto alto de sua carreira como velejadora até agora foi em 2008, nos Jogos de Pequim, quando ganhou medalha de bronze, juntamente com a gaúcha Fernanda Oliveira, na Classe 470.

Já Henrique Haddad disputará sua terceira olimpíada seguida após participações na Rio 2016 e em Tóquio 2021, ao lado de Bruno Bethlem na 470 masculina.


Desafios


Desta vez, tudo é diferente. Isabel estreia com Haddad na categoria mista, reintroduzida nestas Olimpíadas depois que duplas formadas por homens e mulheres foram separadas em 1980. Antes dos Jogos de 2024, três edições do campeonato mundial foram realizadas já incluindo as duplas mistas. Os mundiais reúnem as principais equipes do mundo e são uma prévia do que pode acontecer na raia olímpica.


Isabel e Henrique vão enfrentar adversários que passaram pelo pódio nestes três mundiais e que são considerados favoritos. Os atuais campeões, os espanhóis Jordi Xammar e Nora Burgman, largam na frente e são fortes candidatos ao Ouro. A dupla também foi vice-campeã em 2022 e 2023. Os japoneses Keiju Okada e Miho Yoshioka estão firmes na briga por medalha. Eles foram os melhores no ano passado e ficaram com o terceiro lugar este ano. E tem ainda as duplas Luise Wanser e Philipp Autenrieth, da Alemanha, campeões de 2022; e Camille Lecointre e Jeremie Mion, da França, que levam vantagem por competir em casa.


Enquanto concentra toda a força, energia e experiência para encarar a difícil disputa por um lugar no pódio olímpico, na política, ao contrário, Isabel Swan navega com vento a favor e em águas bem mais tranquilas. A chapa da qual faz parte como vice ao lado de Rodrigo Neves (PDT) é a mais cotada para ganhar as eleições esse ano em Niterói e os institutos de pesquisa apontam a possibilidade de uma vitória já em primeiro turno.


No esporte, ela realizou recentemente uma importante conquista, porém, fora das raias. Em dezembro do ano passado foi eleita presidente da Comissão de Atletas da PanAm Sports (Organização Desportiva Pan-Americana), para um mandato de quatro anos.

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