Jairinho e pai enrolados com a Justiça
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Jairinho e pai enrolados com a Justiça


(Reprodução)

O depoimento, nesta sexta-feira (9), da dentista Ana Carolina Ferreira Netto, com quem Dr. Jairinho casou-se em cerimônia religiosa em 27 de dezembro 2013, veio reforçar o inquérito policial com novas provas de agressões praticadas por ele contra pessoas de sua intimidade.

Ana Carolina havia registrado em 3 de janeiro de 2014, uma semana após o casamento, uma queixa por lesão corporal e relatou na ocasião um "ataque de fúria" de Jairinho, a segurando no braço, a arrastando até a cozinha, a ofendendo e a chutando "por várias vezes com muita força" - um laudo de corpo de delito confirmou lesões. Dias depois, ela retirou a representação contra o parlamentar. Mas agora Ana Carolina retornou à delegacia e resolveu confirmar no depoimento a violência do ex-marido e o a ocorrência dois dias após o enlace quando arrumava as malas para a viagem de lua de mel.

Não só os depoimentos colhidos após o crime, o vereador tem na bagagem muitas polêmicas e acusações graves, assim como seu pai, Jairo de Souza Santos, o ex-deputado estadual e ex-coronel da PM conhecido como Coronel Jairo, eleito pela primeira vez em 2002.

Jairo Santos Souza Junior, o Jairinho, foi alçado à política em 2004 quando ainda não era doutor, impulsionado pela popularidade do pai na Zona Oeste do Rio, sendo eleito vereador aos 26 anos.

Entre 2007 e 2008, a família sofreu sua primeira grande crise política: Coronel Jairo, já famoso cacique político na Zona Oeste, mais temido que respeitado, foi citado na CPI das Milícias da Alerj como um dos supostos líderes da milícia Liga da Justiça, ao lado dos também parlamentares Jerominho e Natalino.

Jairinho foi reeleito nos anos de 2008, 2012, 2016 e 2020, e ganhou projeção política até mais do que o pai, que exerceu mandato de deputado estadual de 2003 a 2018.

Acusado de envolvimento com milícias, Coronel Jairo acabou preso não pela acusação de liderar quadrilha de paramilitares mas por um suposto envolvimento em esquema de corrupção com o ex-governador Sérgio Cabral. Em novembro de 2018, no âmbito da Operação Furna da Onça, Coronel Jairo foi indiciado por corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos, apontado como um dos deputados que recebiam mesada do então governador para votarem a favor do governo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em troca de propina e nomeações. De acordo com o Ministério Público Federal, o esquema movimentou R$ 54 milhões.

Na eleição de 2018, ele foi o primeiro suplente da coligação Solidariedade e o PTB. Por estar preso foi impedido de assumir o mandato quando o eleito - Anderson Alexandre, também do Solidariedade - foi para a prisão. Em dezembro de 2019, por força de um habeas corpus, Coronel Jairo foi solto.

Um ano antes, em novembro de 2017, o deputado já havia sido acusado pelo Ministério Público do Rio por envolvimento em um esquema de venda irregular de serviços em postos do Detran-RJ referentes a vistorias veiculares, transferências de propriedade e demais serviços prestados pelo Detran. Segundo as investigações, foi um dos maiores esquemas de corrupção flagrados no Detran-RJ, envolvendo postos em Santa Cruz, Campo Grande, Barra da Tijuca, Irajá -CEASA, Vila Isabel, Centro, Nova Iguaçu e outras localidades. Na ação, o parlamentar foi apontado como ‘dono’ de alguns postos de vistoria do Detran-RJ, sendo que o de Campo Grande era controlado por ele desde 2008.

Na denúncia do MP consta que Coronel Jairo viabilizava a contratação de pessoas pela Facility Gestão Ambiental Ltda., depois denominada Bequest Gestão Ambiental Ltda., que recrutava mão-de-obra terceirizada para órgãos e entidades públicas, incluindo o Detran-RJ. Os funcionários eram alocados nos postos de vistoria para atender aos interesses do grupo. O esquema movimentava R$ 2 milhões por mês.

Em 2011, o deputado e o filho, vereador, já haviam sido citados por envolvimento na tortura de uma equipe de reportagem do jornal O Dia na Favela do Batam, na Zona Oeste. Naquela época, Dr. Jairinho também foi citado. De acordo com o depoimento de um dos jornalistas agredidos, Dr. Jairinho teria tido participação ativa na sessão de tortura. "Esse político me batia muito", disse uma das vítimas. Apesar dos depoimentos, Coronel Jairo, ainda muito influente na época, foi investigado mas não foi indiciado. O filho, então vereador de primeiro mandato, nem chegou a ser investigado pela polícia.

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